domingo, 22 de janeiro de 2017

Capítulo 017 - A promessa de Atena


Os dias se passam e cada vez mais guardiões são recrutados pela própria Atena, ou localizados e resgatados pelos cavaleiros e amazonas.  A discrição das missões recebidas era regra principal a execução da tarefa.

Atena estava um pouco confusa, pois a vida de Sofia retornara a luz de seus atos. Nesse momento, apenas a um lugar poderia ir a jovem deusa por alento.

Atena discretamente ativa uma antiga passagem por entre as partes do antigo templo de Niké-Atena descoberta quando de sua chegada. Vestindo uma capa segue apressadamente a deusa pelos corredores abertos dentre os rochedos, seguida por Leo de Áries também oculto por uma capa.

A deusa se teletransporta, seguida por Leo que segue o rastro de seu cosmo. Em um belo bosque escuro surgem os dois, quando uma forte rajada de poder explode no peito de Leo, pulverizando sua capa e mostrando o brilho reluzente da sagrada armadura de Áries. O cavaleiro se põe em guarda, e ao se recuperar vê Sofia carinhosamente abraçada por um senhor, que a ele olhava fixamente.

Uma voz forte dirige-se a Leo.

— Vejo que Atena está bem protegida. Afirma o desconhecido. — Desculpe o mal feito, Cavaleiro, mas precisava saber quem seguia minha filha. Mas já desconfiava ser você.

Leo fica confuso, e por um momento pensa aquele homem ser Zeus. Logo depois Leo percebe o tintilar das estrelas que vem de Gêmeos. Imediatamente Leo recorda-se dos dois grandes guerreiros que conduziram os primeiros passos de Atena na Terra: Oscar, pai do Grande Mestre Ozir de Gêmeos e seu falecido irmão Sig; e Saulo. Nessa hora Leo ainda não entendera apenas a palavra “pai”.

A voz prossegue.

— És aquele que com o coração entregue defende minha filha Sofia dos males que a atingem como Atena. És o valoroso Leo de Aries. Ela fala de você o tempo todo.

Sofia bate no pai e ele ri.

— Sou Saulo, o antigo guerreiro sobrevivente da constelação de Gêmeos, mas isso você já deve ter percebido. Comenta o desconhecido. — Sou o pai de Sofia, a reencarnação da deusa Atena.

Leo se ajoelha diante tal figura, mas é repreendido.

— Levante-se rapaz! Corrige Saulo. — Apenas Atena é digna de reverencia! Nem mesmo o líder máximo dos cavaleiros e amazonas é digno desse ato. Vá jovem cavaleiro. Eu e minha filha temos assuntos a tratar. Retorne quando for chamado. Você saberá quando acontecer.

Leo se vai, impressionado e empolgado por ter conhecido Saulo, guerreiro tão conceituado em Lemúria.

No Santuário de Atena Lyra estava muito preocupada com o sumiço de Sofia. Sua afinidade com ela estava ainda mais forte depois do momento próximo de Atena e suas amazonas.

Leo retornando, após sair pela passagem percebe Lyra do outro lado das portas. Lyra percebe a presença de Leo, e aguarda ansiosa por notícias.

Leo sai porta afora e a calmaria de teu cosmo é transmitida a Lyra.

— Acalme-se Lyra. Diz Leo. — Atena está em segurança.

— Você a viu? Lyra ainda estava ansiosa. — Como ela está?

Leo ri, passa por Lyra, e toca seu ombro.

— Ela está bem. Tranquiliza-a Leo. — Esta com seu pai.

Lyra de ansiosa fica confusa.

— Mas quem é o pai dela? Indaga a amazona

— Saulo, das histórias de Tessalian. Responde Leo. O tio do Grande Mestre.

Lyra acha interessante, enquanto no salão do Grande Mestre Ozir sente ao longe uma presença familiar junto ao cosmo de Atena, apesar de não indentificara ao certo de quem se tratava.

SALA DO GRANDE MESTRE

— Que presença é essa? Pensa Ozir de Gêmeos. — Não é uma ameaça, e é tão comum. Parecem vir direto de minha infância.

Uma outra presença é sentida.

— Mas isso!? Estranha Ozir. — Não a conheço, mas parece que sempre conheci. Parece carregar um grande destino.

Ozir sente o pulsar de estrelas, e em sintonia com o céu identifica a constelação.

— Esse cavaleiro!? Parece ter depertado. Sim, sim, sem dúvidas. Nasce o cavaleiro que faltava.

ATENA E SAULO

Atena percebe que seus cavaleiros e amazonas de ouro, além de alguns de prata e bronze de percepção mais aguçada estão angustiados pelo afastamento de seu cosmo do templo. Para acalmar as almas de seus guerreiros, a deusa envia por seu cálido cosmo a mensagem de que estava bem, dissipando preocupações da mente da maioria.  Alguns por perceber algo novo estavam pensativos.

TEMPLO DE AQUÁRIO

Ariadne contemplando o céu é acalentada pelo cosmo de sua deusa, quando sente o pulsar de um punhado de estrelas. Ela corre o céu com sua mente, e descobre a origem do distúrbio.

— Essa constelação adormecida. Pensa a Amazona. — Por que agora?

ATENA E SAULO

Saulo acolhia Sofia, e em silêncio trazia a paz que ela tanto almejava como pessoa e como deusa.

Sofia se sobressalta quando sente um familiar, porém desconhecido cosmo.

— Que cosmo é esse pai? Sofia estava curiosa. — É tão familiar, mas não conheço.

Saulo, calmo faz um sinal e entra no local uma mulher de belos olhos azul turquesa. Ela trazia consigo um menino, de aparência muito próxima a Saulo e Sofia, e com os mesmos olhos azul turquesa.

Sofia estava assustada, pois não acreditava no que via. Era um misto de surpresa e felicidade.

— Esse menino ... Inicia Sofia. — É meu irmão? Mas como? Papai ... Você e Rose ... Quando? Não entendo!

Saulo ri e leva Sofia até o menino. Eles tocam as mãos e uma onda de sintonia explode.

— Esse é Tales. Começa a responder Saulo. — Tales é seu irmão. No dia de seu nascimento, a deusa Atena que habita em seu ser, retirou do ventre de sua mãe seu irmão gêmeo. Você precisava nascer forte, e você se tornou Atena.

Sofia estava muito confusa.

— Mas Atena retornou. Continuou Saulo. — Ela deixou teu irmão com Rose. Vocês não poderiam nascer juntos, pois havia a hora certa desse encontro.

Tales e Rose se ajoelharam diante Sofia que nada entende.

— Tales é o escolhido pela constelação de Pegasus. Prossegue Saulo. — E juntos terão grandes revelações e missões. O cavaleiro de Pegasus nasce para mudar o futuro com sua existência.

A armadura de Pegasus, armazenada secretamente na sala de Atena surge diante todos e veste Tales.  A energia emanada por Tales varre a Terra, o mar, o submundo, o céu e os confins do universo.

— Tales será o primeiro cavaleiro de Pegasus da história! Afirma Saulo.  — O primeiro de muitos, que a seu tempo mudarão os rumos da história da humanidade.

Saulo se levanta e carinhosamente abraça Rose.

— Reencontrei o amor com Rose pela grande vontade de Atena. Diz Saulo, antes de um doce beijo.  — Rose completou minha missão na Terra, e do seu ventre surgiu o fruto da promessa de Atena, teu irmão Tales.

Rose olha para Saulo, sorri e continua.

— Não podia ter filhos, mas Atena me presenteou com o filho de Saulo e Marah, sua mãe, mas também ganhei o coração de teu pai.

Tales abraça Sofia com carinho. Sofia retribui, e as auras de Atena-Niké e Pegasus ascendem sob suas cabeças. Saulo e Rose abraçam os filhos, e uma bela ressonância de cosmos agita a alma de Leo e Lyra. Lyra agora tinha certeza que Atena estava bem.

Leo recebe mensagem e se teleporta. O cavaleiro surge diante Saulo, Rose, Sofia e Tales, e faz reverencia a Atena.

— Chegaste rápido, meu rapaz! Saúda Saulo a Leo.

— Respondo prontamente meus chamados, Grande Mestre Saulo de Gêmeos.  Comenta Leo.

Saulo fica pensativo.

— Grande Mestre ... Gêmeos ... faz tempo! Afirma saudoso Saulo. — Parece que andou estudando Leo de Aries.

— Na verdade sempre soube. Responde Leo. — Sempre conheci a história de Oscar e Saulo, os estrangeiros mais Lemurianos que já se conheceu.

Saulo ri.

— Pois é, havia me esquecido dessa frase. Brinca Saulo. — Mas vamos ao motivo de teu chamado.

Saulo pega Tales pela mão e o entrega a Leo.

— Ele será Tales de Pegasus.  Afirma. — Deixo a você a missão de garantir essa realidade. Se assim permitir Atena. Creio que é a pessoa ideal para a tarefa.

Sofia, com a responsabilidade de Atena responde.

— Excelente escolha pai! Não poderia haver opção melhor. Leo me acompanha e protege com dedicação. Tales de Pegasus está nas melhores mãos.

Leo, concentrado como um cavaleiro de Atena deve ser, sinaliza positivamente.

— Leve-os para casa em segurança. Ordena Saulo. — Confiarei meus filhos a você. Sofia você já tem, e sei que saberá como conquistar Tales.

Leo, envergonhado, acolhe Sofia pela mão e Tales pelo ombro, curioso com a novidade que ouvira.

Tales até então calado, percebe algo.

— Há outro lemuriano com você, Leo! Afirma.  — Mas não é ostil. Um aura feminina.

— É Lyra de Ophyucus. Responde Leo. — Tenho certeza que ela poderá nos levar para casa. Por favor Lyra. Pede Leo ajuda.

Leo, Sofia e Tales são conduzidos de volta a sala de Atena. La já encontrava a caixa de pandora de Pegasus.  Leo teria trabalho dobrado a partir de então.

Sofia aparta a mão de Leo, e com um sorriso se despede dele e de Tales. Lyra também vai saindo quando é interrompida.

— Lyra, fique! Chama a atenção Atena. — Tenho uma tarefa para você.

Com a saída de Leo e Tales,  Atena prossegue.

— Reúna os Guardiões. Ordena. — Temos muito a fazer.


A HISTÓRIA DAS FUTURAS GUERRAS SANTAS TEM SEU PONTO DE DESDOBRAMENTO MARCADO PELA PROMESSA CUMPRIDA POR ATENA. AS ENGRENAGENS DO DESTINO CONTINUAVAM A GIRAR.

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