De um lugar escuro, próximo a uma cachoeira de águas vermelhas estava um homem de bela aparência. Seus cabelos, a altura de ombro, eram tão negros quanto o manto que Nyx cobre a Gaia. Ele possuía uma harpa de tom escuro brilhante que todos a viam se encantavam mesmo quando não ouvida.
Esse instrumento especial tocava ora melodias intrigantes e envolventes, ora belas canções capazes de levar a loucura seus ouvintes. A harpa cor de ébano era a extensão da elegante veste de seu músico.
Era através do brilho sedutor e do som que entoava, que a esfinge de posse da harpa maligna media a verdade nos corações, equilibrando as almas contra a pluma de Maat.
Esse homem teve um nome, mas isso não mais importava, pois fora moldado desde o nascimento para um propósito maior. Sua linhagem estava ligada a certa estrela misteriosa que não figurava no céu, mas no ideário dos povos antigos. Essa estrela estava sob o comando do Senhor do Submundo, Hades, e seus fieis generais: a morte e o sono.
Ele foi chamado pelo Senhor da morte, Thanathos, e recebeu um novo nome: Pharaoh de Esfinge.
De uma gruta próxima a grande Cachoeira de Sangue dos domínios de Hades observava Pharaoh o fruto de seu encantamento, a quem despertara potenciais obscuros latentes. Esse produto de sua arte tinha uma missão maior: trazer a prova a força do exercito da da deusa da Sabedoria e Guerra Justa, Atena, e a visão sobre Sekai, a Terra.
Hades que acompanhava a movimentação na Terra desde a investida de Poseidon, queria conhecer as capacidades de sua sobrinha Atena na defesa do território que considerava sua casa. Com a regência de Sekai, Atena derrotara Poseidon, e iniciara um ciclo de conflitos e interesses.
Pelo Sekishiki, passagem entre as estrelas considerada o caminho místico que leva a entrada do mundo dos mortos, também chamado de Yomotsu Hirasaka, o espectro observava todo o conflito na entrada do Santuário. Essa passagem Anryu bem conhecia, pois estava prestes a cair da colina que levava as prisões, vales e esferas do submundo, quando sua alma foi requisitada por Atena.
Logo após a retirada de Arno e Sebastian, Pharaoh desce a Terra diretamente ao monte Alcasus, na ilha da rainha da morte.
— Saudações, Arno e Sebastian. Cumprimenta Pharaoh, surgindo em meio a névoa do Alcasus.
— Você voltou! Admirado estava Arno.
— Faz tempo que não ouvimos sua canção, esfinge! Sorri Sebastian.
Pharaoh segura sua harpa, e toca uma canção. Arno e Sebastian entram em transe, e suas auras negras entram em ressonância com a melodia. Minutos depois, o espectro suaviza a nota musical e Arno e Sebastian retornam sua consciência.
Sebastian se lembra de quando conheceu Pharaoh de Esfinge.
SEIS ANOS ATRÁS
Passavam dois dias da escolha do Mestre Alquimista da província de Turígia. Era Iron o escolhido, o preferido por todos e unanimidade para o Conselho dos Anciãos local.
Sebastian também se propunha a posição, mas com o resultado ele sentira-se rejeitado. O sentimento do alquimista era de revolta. Educado, comportou-se com respeito as comemorações efusivas dos amigos de Iron.
A aura de Sebastian estava triste, e perdera seu brilho natural. Seu momento obscuro despertou a atenção de alguém em local tão obscuro quanto sua alma naquele momento.
Pharaoh de Esfinge sentia ecoar nas cordas de sua harpa a escuridão que crescia no coração de alguém em Lemúria, o reduto intelectual do séquito de Atena.
O ódio de Sebastian crescia, e seu isolamento começava a ser notado pela província. Sebastian era reservado, e sua seriedade era admirada por todos.
Pharaoh surge a Sebastian exibindo o brilho de sua sapuris. O tom negro vibrante, somado ao cosmo do espectro encanta Sebastian. O som da harpa do espectro acalentou a alma angustiada do alquimista.
O espectro entoou canções, e a mente de Sebastian começou a se abrir a possibilidades antes tratadas com cuidado pelas ciências alquimistas. O senso de cautela com os imprevistos e desconhecidos caminhos da pesquisa alquimista já não mais existia para a mente de Sebastian.
A esfinge deixara seu enigma na vida de um sábio, e agora destemido habitante de Lemúria. Somado ao arrebatar de mais uma alma por Hades, surgia a oportunidade da entrada no território de Atena por dentro.
O espectro retorna ao Submundo, sob o olhar de alguém mais poderoso, em lugar mais belo e agradável: Os Campos Elíseos.
TEMPO PRESENTE
Sebastian olha para Arno e a fisionomia do escultor negro era a mesma.
— Desenvolveram bem suas habilidades, senhores. Comenta o espectro. — Meu mestre tem observado seu desempenho, e seus planos ambiciosos para a Terra.
Os lemurianos estavam atentos a narrativa de Pharaoh.
— O exército dos cavaleiros negros sob seu comando tem enorme potencial, Arno. Continua Pharaoh. — A base da vitória da escuridão da morte sob a terra, com o triunfo maior sob o Santuário de Atena.
Arno compreende a mensagem, e fica pensativo.
— Meu exército a serviço de seu mestre, mas ... Pondera o lemuriano. — O que eu ganho com essa participação?
Pharaoh ri.
— Digno de um líder. Afirma o espectro. — Meu mestre não tem condições de iniciar uma guerra neste momento. Mas a sua guerra pode livrar o mundo de Atena, usando a fragilidade do pós-guerra contra Poseidon. Com a Terra sob controle, no momento certo meu mestre será o deus da Terra, sob seu comando nas ações e manutenção do cosmo negro do Submundo. A Terra precisa de um Deus, e nenhum de nós aqui poderá assumir esse posto. Apenas o Senhor Hades poderá.
Arno e Sebastian se entreolham.
— O comando da Terra é razoável por hora. Conclui Arno. — Mas novos elementos entrarão nesse acordo, certamente no seu tempo.
— Esperado! Pondera Pharaoh. — Hades oferecerá apoio. Aguarde. Seu cosmo negro compreenderá.
O espectro de Esfinge vai se dissipando na névoa, com o início dos tratos para o confronto contra Atena ali firmado.
NO SANTUÁRIO
Leo, Ozir e Sig percebem a presença obscura que sentiram há algum tempo. Alvo direto de preocupação de Leo por Atena, e dos gêmeos por suas investigações.
Ozir aguardava o retorno dos seus mensageiros enviados a diversas partes da Terra para informações e reconhecimento.
Tuk de Cerberus fora enviado às terras banhadas pelo mar Mediterrâneo, orientado por Teneo de Touro; Marcos de Cruzeiro do Sul enviado para as terras abaixo da linha do equador até o extremo sul, sob a supervisão de Anryu de Cancer e Régia de Peixes; Sula de Camaleão seguiu para a parte média das terras banhadas pelo oceano Pacífico, sob o olhar de Aaron de Leão; Jeane de Lebre seguiu para a península do Atlântico Norte, orientada por Sallas de Capicórnio; Arthur de Escultor para a grande ilha do extremo norte do oceano Atlântico, com Joei de Escorpião acompanhando; Nicole de Bússola partiu para as ilhas da porção média do oceano Índico, apoiado pelo seu mestre Ian de Libra; Leonel de Tucano, Tina de Sextante e Metis de Serpente ao grande continente ao centro da terra separando o Atlântico do Índico, sob as asas de Donni de Sagitário e experiência de Melias de Altar; Adam de Sagitta e Nora de Hydrus foram para as grandes terras ao norte banhadas pelo oceanos Atlântico e Pacífico, prologando terras até a zona do ártico, acompanhados de perto por Ariadne de Aquario e Lúbian de Pavão; e por fim os cavaleiros de prata Sobis de Triângulo e Karl de Lyra seguiram para as terras geladas a leste do Índico, no oceano Ártico, orientados por Celes de Virgem.
Faziam sete dias da partida dos cavaleiros e amazonas, e dias depois da visita da esfinge a ilha da rainha da morte, Ozir é informado do retorno dos primeiros mensageiros. Jeane de Lebre e de Arthur de Escultor estavam entre ele.
Arthur estava extenuado pela intensidade dos confrontos, o que preocupou o Grande Mestre Ozir de Gêmeos. A participação de Sallas no combate na ilha mais ao norte do Atlântico trouxe a certeza de que o novo adversário estava organizado e poderoso, agravando as descobertas da luta travada contra o pavão negro por Sig de Gêmeos na vila de Gales.
Jeane tinha sua armadura cheia de avarias, e chegou com o braço direito deslocado. Ela foi enviada de volta por Sallas, que assumiu o confronto. Após tratamento de saúde, a amazona se apresenta ao Grande Mestre para apresentação de relatório, assim como Arthur. Na sala já estavam Leonel de Tucana e Karl de Lyra.
Jeane é indicada a começar a narrativa pelo Grande Mestre, apresentando o ambiente do conflito e detalhando as características do adversário.
— Os guerreiros trajavam armaduras como as nossas, mas negras. Narra a amazona, que olha para Leonel. — Um deles tinha uma armadura igual a sua, Tucano.
Ela respira, pois o ardor das lutas, e o terror do cosmo negro que quase sugou sua alma, ainda a assustava.
— Os cosmos negros sugavam nossas forças. Prossegue Jeane. — Pensei que morreria, mas subitamente minhas energias retornaram. Não acreditei que Atena pudesse ajudar de tão longe.
A amazona, sorri.
— Senti uma presença familiar. Jeane se acalma. — Algo bom que recuperou tudo o que eu havia perdido. Parecia meu irmão ... Mas foi Atena.
O semblante da amazona muda.
— Mas aí veio aquela força ... Os olhos de Jeane sobressaem. — Pensei que morreria, mas chegou o Senhor Sallas com Lyra de Ophiucus e me mandou de volta.
Karl pede a fala, e Ozir permite.
— Um detalhe além de tudo que ela disse, foi que estávamos sendo observados o tempo todo. Informa o cavaleiro de Lyra. — Alguém poderoso, que nos via por inteiro, como se estivesse lá assistindo.
Leonel se manifesta.
— E não se tratava de cavaleiros de ouro negros. Comenta. — Era maior, completo.
Ozir sabia do que se tratava, e os tranquiliza.
— Não se preocupem, pois agora estão em casa e protegidos. Comenta. — Esse observador oculto está sendo monitorado há meses. Aguardávamos ele dar passos dele, e parece que está acontecendo.
Ozir se levanta, toca carinhosamente o ombro de cada um, e em Jeane suavemente no rosto.
— Fizeram seu dever com louvor. Saúda Ozir. — Vão e descansem. Aguardem novas instruções.
Os cavaleiros e a amazona se vão, mas Ozir interpela Jeane.
— Jeane de Lebre. Chama.
— Sim, Senhor. Atende Jeane.
— Procure Roshi no vilarejo. Ordena Ozir. — Leve sua armadura que ele a consertará.
Com a saída dos jovens, chega o mensageiro. Ozir lê a mensagem e ordena que ele chame Sallas de Capricórnio.
Uma hora depois o cavaleiro se apresenta.
— Conte-me sobre o confronto, Sallas. Ordena.
— As forças estão organizadas, e com grande poder. Inicia Sallas. — A amazona de Touro Negro é forte. Seu cosmo negro debilita o adversário. Para as patentes menores pode significar a morte certa.
— Entendo. Analisa Ozir. — E quanto ao observador?
— Presente e com vigilância intensa. Afirma Sallas. — Não interfere, mas a natureza do cosmo se assemelha ao poder obscuro que reduz o cosmo do adversário. Talvez seja sua fonte original, ou repositório.
— Algum detalhe em especial? Investiga Ozir.
— Sim. Responde o cavaleiro dourado. — Nosso observador toca uma melodia. Soube de soldado de Hades que encanta seus fantoches com música. Considerando que Sorrento de Sirene foi derrotado, arrisco dizer que se tratar dele.
— Certamente, Sallas. Confirma Ozir. —Como eu suspeitava. Já ouvi essa canção. Parece que já sabemos a identidade de nosso observador.
Ozir para por um instante pensativo.
— Retiraremos as tropas. Conclui Ozir. — Descanse. Daqui a uma hora siga com Ariadne, Aaron, Anryu, Ankaa, Lubian, Talia e Melias para a todos os locais com cavaleiros e amazonas, e os traga de volta. Os lemurianos transportarão a todos em segurança. Leo conhece todos os destinos.
— Sim, Senhor. Responde Sallas.
Sallas sai, e Sig surge.
— Muito a se fazer, meu irmão? Quebra o silêncio Sig.
— Muito! Responde Ozir. — Posso contar contigo?
— Sempre. Responde o aurum. — Todos os guardiões estão a postos, desde o primeiro momento. Tudo correrá bem no retorno das tropas. Está garantido.
O OBSERVADOR MISTERIOSO VAI SE REVELANDO, E SEU PLANO SENDO DESVENDADO.
Esse instrumento especial tocava ora melodias intrigantes e envolventes, ora belas canções capazes de levar a loucura seus ouvintes. A harpa cor de ébano era a extensão da elegante veste de seu músico.
Era através do brilho sedutor e do som que entoava, que a esfinge de posse da harpa maligna media a verdade nos corações, equilibrando as almas contra a pluma de Maat.
Esse homem teve um nome, mas isso não mais importava, pois fora moldado desde o nascimento para um propósito maior. Sua linhagem estava ligada a certa estrela misteriosa que não figurava no céu, mas no ideário dos povos antigos. Essa estrela estava sob o comando do Senhor do Submundo, Hades, e seus fieis generais: a morte e o sono.
Ele foi chamado pelo Senhor da morte, Thanathos, e recebeu um novo nome: Pharaoh de Esfinge.
De uma gruta próxima a grande Cachoeira de Sangue dos domínios de Hades observava Pharaoh o fruto de seu encantamento, a quem despertara potenciais obscuros latentes. Esse produto de sua arte tinha uma missão maior: trazer a prova a força do exercito da da deusa da Sabedoria e Guerra Justa, Atena, e a visão sobre Sekai, a Terra.
Hades que acompanhava a movimentação na Terra desde a investida de Poseidon, queria conhecer as capacidades de sua sobrinha Atena na defesa do território que considerava sua casa. Com a regência de Sekai, Atena derrotara Poseidon, e iniciara um ciclo de conflitos e interesses.
Pelo Sekishiki, passagem entre as estrelas considerada o caminho místico que leva a entrada do mundo dos mortos, também chamado de Yomotsu Hirasaka, o espectro observava todo o conflito na entrada do Santuário. Essa passagem Anryu bem conhecia, pois estava prestes a cair da colina que levava as prisões, vales e esferas do submundo, quando sua alma foi requisitada por Atena.
Logo após a retirada de Arno e Sebastian, Pharaoh desce a Terra diretamente ao monte Alcasus, na ilha da rainha da morte.
— Saudações, Arno e Sebastian. Cumprimenta Pharaoh, surgindo em meio a névoa do Alcasus.
— Você voltou! Admirado estava Arno.
— Faz tempo que não ouvimos sua canção, esfinge! Sorri Sebastian.
Pharaoh segura sua harpa, e toca uma canção. Arno e Sebastian entram em transe, e suas auras negras entram em ressonância com a melodia. Minutos depois, o espectro suaviza a nota musical e Arno e Sebastian retornam sua consciência.
Sebastian se lembra de quando conheceu Pharaoh de Esfinge.
SEIS ANOS ATRÁS
Passavam dois dias da escolha do Mestre Alquimista da província de Turígia. Era Iron o escolhido, o preferido por todos e unanimidade para o Conselho dos Anciãos local.
Sebastian também se propunha a posição, mas com o resultado ele sentira-se rejeitado. O sentimento do alquimista era de revolta. Educado, comportou-se com respeito as comemorações efusivas dos amigos de Iron.
A aura de Sebastian estava triste, e perdera seu brilho natural. Seu momento obscuro despertou a atenção de alguém em local tão obscuro quanto sua alma naquele momento.
Pharaoh de Esfinge sentia ecoar nas cordas de sua harpa a escuridão que crescia no coração de alguém em Lemúria, o reduto intelectual do séquito de Atena.
O ódio de Sebastian crescia, e seu isolamento começava a ser notado pela província. Sebastian era reservado, e sua seriedade era admirada por todos.
Pharaoh surge a Sebastian exibindo o brilho de sua sapuris. O tom negro vibrante, somado ao cosmo do espectro encanta Sebastian. O som da harpa do espectro acalentou a alma angustiada do alquimista.
O espectro entoou canções, e a mente de Sebastian começou a se abrir a possibilidades antes tratadas com cuidado pelas ciências alquimistas. O senso de cautela com os imprevistos e desconhecidos caminhos da pesquisa alquimista já não mais existia para a mente de Sebastian.
A esfinge deixara seu enigma na vida de um sábio, e agora destemido habitante de Lemúria. Somado ao arrebatar de mais uma alma por Hades, surgia a oportunidade da entrada no território de Atena por dentro.
O espectro retorna ao Submundo, sob o olhar de alguém mais poderoso, em lugar mais belo e agradável: Os Campos Elíseos.
TEMPO PRESENTE
Sebastian olha para Arno e a fisionomia do escultor negro era a mesma.
— Desenvolveram bem suas habilidades, senhores. Comenta o espectro. — Meu mestre tem observado seu desempenho, e seus planos ambiciosos para a Terra.
Os lemurianos estavam atentos a narrativa de Pharaoh.
— O exército dos cavaleiros negros sob seu comando tem enorme potencial, Arno. Continua Pharaoh. — A base da vitória da escuridão da morte sob a terra, com o triunfo maior sob o Santuário de Atena.
Arno compreende a mensagem, e fica pensativo.
— Meu exército a serviço de seu mestre, mas ... Pondera o lemuriano. — O que eu ganho com essa participação?
Pharaoh ri.
— Digno de um líder. Afirma o espectro. — Meu mestre não tem condições de iniciar uma guerra neste momento. Mas a sua guerra pode livrar o mundo de Atena, usando a fragilidade do pós-guerra contra Poseidon. Com a Terra sob controle, no momento certo meu mestre será o deus da Terra, sob seu comando nas ações e manutenção do cosmo negro do Submundo. A Terra precisa de um Deus, e nenhum de nós aqui poderá assumir esse posto. Apenas o Senhor Hades poderá.
Arno e Sebastian se entreolham.
— O comando da Terra é razoável por hora. Conclui Arno. — Mas novos elementos entrarão nesse acordo, certamente no seu tempo.
— Esperado! Pondera Pharaoh. — Hades oferecerá apoio. Aguarde. Seu cosmo negro compreenderá.
O espectro de Esfinge vai se dissipando na névoa, com o início dos tratos para o confronto contra Atena ali firmado.
NO SANTUÁRIO
Leo, Ozir e Sig percebem a presença obscura que sentiram há algum tempo. Alvo direto de preocupação de Leo por Atena, e dos gêmeos por suas investigações.
Ozir aguardava o retorno dos seus mensageiros enviados a diversas partes da Terra para informações e reconhecimento.
Tuk de Cerberus fora enviado às terras banhadas pelo mar Mediterrâneo, orientado por Teneo de Touro; Marcos de Cruzeiro do Sul enviado para as terras abaixo da linha do equador até o extremo sul, sob a supervisão de Anryu de Cancer e Régia de Peixes; Sula de Camaleão seguiu para a parte média das terras banhadas pelo oceano Pacífico, sob o olhar de Aaron de Leão; Jeane de Lebre seguiu para a península do Atlântico Norte, orientada por Sallas de Capicórnio; Arthur de Escultor para a grande ilha do extremo norte do oceano Atlântico, com Joei de Escorpião acompanhando; Nicole de Bússola partiu para as ilhas da porção média do oceano Índico, apoiado pelo seu mestre Ian de Libra; Leonel de Tucano, Tina de Sextante e Metis de Serpente ao grande continente ao centro da terra separando o Atlântico do Índico, sob as asas de Donni de Sagitário e experiência de Melias de Altar; Adam de Sagitta e Nora de Hydrus foram para as grandes terras ao norte banhadas pelo oceanos Atlântico e Pacífico, prologando terras até a zona do ártico, acompanhados de perto por Ariadne de Aquario e Lúbian de Pavão; e por fim os cavaleiros de prata Sobis de Triângulo e Karl de Lyra seguiram para as terras geladas a leste do Índico, no oceano Ártico, orientados por Celes de Virgem.
Faziam sete dias da partida dos cavaleiros e amazonas, e dias depois da visita da esfinge a ilha da rainha da morte, Ozir é informado do retorno dos primeiros mensageiros. Jeane de Lebre e de Arthur de Escultor estavam entre ele.
Arthur estava extenuado pela intensidade dos confrontos, o que preocupou o Grande Mestre Ozir de Gêmeos. A participação de Sallas no combate na ilha mais ao norte do Atlântico trouxe a certeza de que o novo adversário estava organizado e poderoso, agravando as descobertas da luta travada contra o pavão negro por Sig de Gêmeos na vila de Gales.
Jeane tinha sua armadura cheia de avarias, e chegou com o braço direito deslocado. Ela foi enviada de volta por Sallas, que assumiu o confronto. Após tratamento de saúde, a amazona se apresenta ao Grande Mestre para apresentação de relatório, assim como Arthur. Na sala já estavam Leonel de Tucana e Karl de Lyra.
Jeane é indicada a começar a narrativa pelo Grande Mestre, apresentando o ambiente do conflito e detalhando as características do adversário.
— Os guerreiros trajavam armaduras como as nossas, mas negras. Narra a amazona, que olha para Leonel. — Um deles tinha uma armadura igual a sua, Tucano.
Ela respira, pois o ardor das lutas, e o terror do cosmo negro que quase sugou sua alma, ainda a assustava.
— Os cosmos negros sugavam nossas forças. Prossegue Jeane. — Pensei que morreria, mas subitamente minhas energias retornaram. Não acreditei que Atena pudesse ajudar de tão longe.
A amazona, sorri.
— Senti uma presença familiar. Jeane se acalma. — Algo bom que recuperou tudo o que eu havia perdido. Parecia meu irmão ... Mas foi Atena.
O semblante da amazona muda.
— Mas aí veio aquela força ... Os olhos de Jeane sobressaem. — Pensei que morreria, mas chegou o Senhor Sallas com Lyra de Ophiucus e me mandou de volta.
Karl pede a fala, e Ozir permite.
— Um detalhe além de tudo que ela disse, foi que estávamos sendo observados o tempo todo. Informa o cavaleiro de Lyra. — Alguém poderoso, que nos via por inteiro, como se estivesse lá assistindo.
Leonel se manifesta.
— E não se tratava de cavaleiros de ouro negros. Comenta. — Era maior, completo.
Ozir sabia do que se tratava, e os tranquiliza.
— Não se preocupem, pois agora estão em casa e protegidos. Comenta. — Esse observador oculto está sendo monitorado há meses. Aguardávamos ele dar passos dele, e parece que está acontecendo.
Ozir se levanta, toca carinhosamente o ombro de cada um, e em Jeane suavemente no rosto.
— Fizeram seu dever com louvor. Saúda Ozir. — Vão e descansem. Aguardem novas instruções.
Os cavaleiros e a amazona se vão, mas Ozir interpela Jeane.
— Jeane de Lebre. Chama.
— Sim, Senhor. Atende Jeane.
— Procure Roshi no vilarejo. Ordena Ozir. — Leve sua armadura que ele a consertará.
Com a saída dos jovens, chega o mensageiro. Ozir lê a mensagem e ordena que ele chame Sallas de Capricórnio.
Uma hora depois o cavaleiro se apresenta.
— Conte-me sobre o confronto, Sallas. Ordena.
— As forças estão organizadas, e com grande poder. Inicia Sallas. — A amazona de Touro Negro é forte. Seu cosmo negro debilita o adversário. Para as patentes menores pode significar a morte certa.
— Entendo. Analisa Ozir. — E quanto ao observador?
— Presente e com vigilância intensa. Afirma Sallas. — Não interfere, mas a natureza do cosmo se assemelha ao poder obscuro que reduz o cosmo do adversário. Talvez seja sua fonte original, ou repositório.
— Algum detalhe em especial? Investiga Ozir.
— Sim. Responde o cavaleiro dourado. — Nosso observador toca uma melodia. Soube de soldado de Hades que encanta seus fantoches com música. Considerando que Sorrento de Sirene foi derrotado, arrisco dizer que se tratar dele.
— Certamente, Sallas. Confirma Ozir. —Como eu suspeitava. Já ouvi essa canção. Parece que já sabemos a identidade de nosso observador.
Ozir para por um instante pensativo.
— Retiraremos as tropas. Conclui Ozir. — Descanse. Daqui a uma hora siga com Ariadne, Aaron, Anryu, Ankaa, Lubian, Talia e Melias para a todos os locais com cavaleiros e amazonas, e os traga de volta. Os lemurianos transportarão a todos em segurança. Leo conhece todos os destinos.
— Sim, Senhor. Responde Sallas.
Sallas sai, e Sig surge.
— Muito a se fazer, meu irmão? Quebra o silêncio Sig.
— Muito! Responde Ozir. — Posso contar contigo?
— Sempre. Responde o aurum. — Todos os guardiões estão a postos, desde o primeiro momento. Tudo correrá bem no retorno das tropas. Está garantido.
O OBSERVADOR MISTERIOSO VAI SE REVELANDO, E SEU PLANO SENDO DESVENDADO.
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