terça-feira, 25 de outubro de 2016

Capítulo 09 — Lyra de Ophiucus


Com o recente pós-guerra um aura de paz e tranquilidade paira na terra, mas em Atenas no templo da deusa Atena muito trabalho estava por se fazer.

Lyra da província lemuriana de Temísia ali permanecera para organizar sua nova missão, servindo de ponte entre as duas terras.

Juntamente a Regia de Peixes Lyra fora incumbida pelo Gran-Mestre da proteção de Atena.

Tal fato causou descontentamento a Régia, sensação compartilhada por sua companheira amazona, Ariadne de Aquário. As amazonas sentiam que a presença de Lyra era obscura, havendo fatos ocultos e isso não as agradava.

Lyra tinha uma missão ainda maior que simplesmente proteger Atena, ela antecederia Teon como Guardião da deusa. Ele preparava-se para ser o décimo terceiro Cavaleiro de Ouro e liderar os Aurum e Auras da Ordem de Serpentário, insígnia de seu posto.

Sentada na escadaria do templo de Atena Lyra lembrava de fatos de tua vida, e das reviravoltas que estes lhe proporcionaram.

NO PASSADO

Lyra nascera em Lemúria na província de Temísia. Filha de um humilde artesão, muito antes de todos de sua classe podia controlar sua forte telecinese.

Sua prodigiosa habilidade extrassensorial despertou o interesse de Alberion, o Mestre Alquimista da província.

O treinamento de Lyra era intenso e seu avanço notável, mas o potencial percebido por Alberion não era atingido mesmo com a máxima dedicação da jovem.

Consultados os Anciãos da província um complexo diagnóstico foi dado, uma grande provação de poder seria necessária para assim todo o poder de Lyra ser liberado.

A razão do bloqueio podia ser explicado por tristes acontecimentos ocorridos há alguns anos atrás.

EM ANOS ANTERIORES

Lyra, ainda no ventre de sua mãe, inconscientemente possuía grande poder.

Um grande vendaval ocorreu na província, e uma lamparina derrubada pelo vento causou um terrível incêndio. A grande velocidade de ação do fogo ameaçou Marya, ainda grávida de Lyra. A queda de partes da casa impedia sua saída pela porta. Marya com grande dificuldade de se mover, visto o avançado tempo de gravidez, via tudo parecer perdido quando então aparece do lado de fora da casa sã e salva.

Lyra salvara sua mãe e a si mesma, mesmo sem saber o que houvera feito.

Já criança demonstrava seu poder telepático, e com o passar dos anos sobre si recaia todo o tipo de pedido por parte de todos.

Quando Lyra completou cinco anos uma nova catástrofe atingiu Temísia, uma grande enchente que levava tudo que encontrava pelo caminho. Sua mãe foi levada, e Lyra nada pode fazer. Por não ter podido impedir tal fatalidade, Lyra frustrou-se enormemente isolando-se de todos.

Com a morte de teu pai aos doze anos passou a ser criada pelos anciãos da vila. No túmulo de seus pais fez uma promessa: Seria a maior telepata que Lemúria já tivera, mas em sua mente ficou marcada a inconsciente impotência diante os acontecimentos daquele fatídico dia.

Os anos se passaram e Lyra tornou-se uma importante guerreira de Lemúria.

Durante a Guerra Santa, quando as forças de Poseidon planejavam a invasão da ilha de Lemúria, os doze mestres alquimistas posicionados no litoral e nos pontos principais de suas províncias junto ao Gran-Mestre ao topo do monte Sagres (ponto mais alto da ilha), preparavam sua ofensiva.

Uma grande onda de telepatia protegeria Lemúria da invasão além da praia e rochedos, enquanto o exército de Lemúria e seus doze comandantes expulsariam os marinas de volta para o mar.

No lumiar do ataque de Poseidon, ao brilho intenso visto do monte Sagres, a barreira começou a ser montada.

Alberion doente se esforça, mas não resiste e desmaia. Diante da certa invasão do continente pela praia de Temísia, e com a lembrança da enxurrada que outrora levara sua mãe, Lyra brilha como uma estrela e um ponto de luz cresce, partindo de Temísia e varrendo toda a Lemúria até cinco quilômetro mar adentro. Os marinas são destroçados pelo agressivo cosmo emanado junto a proteção telepática e Lyra cai.

Antes que Lyra toque o chão surge o Gran-Mestre que a ampara nos braços. Lemúria estava salva e Lyra enfim vencera seus traumas despertando seu verdadeiro poder.

Reconhecida por todo o povo lemuriano Lyra é homenageada pelo Gran-Conselho. Ela prossegue seus estudos, ingressando na Academia Alquimista e aperfeiçoando-se nas técnicas de saúde e cura de enfermidades.

Seguindo a lendária associação da serpente à saúde, a amazona passa a estudar as serpentes e suas características. Seus conhecimentos na área a elevam a condição de Assistente do Mestre Alquimista de Temísia.

TEMPO ATUAL

Lyra e Régia são convocadas ao salão de Atena.

As amazonas anunciadas pelos soldados se apresentam fazendo a reverência a Atena, e aos demais presentes, o Grande Mestre do templo de Atena e o Gran-Mestre de Lemúria.

Lyra, surpresa com a presença do Gran-Mestre, vê uma caixa de armadura no centro do salão.

Atena dirige-se as amazonas.

— Obrigado por terem vindo tão prontamente, Lyra e Régia. — Lyra, por teus conhecimentos em saúde e cura, e por teu grande poder telepático permanecerás em Atenas.

A Lemuriana estava curiosa, pois tal informação já era em parte conhecida.

— Sim, Atena. Responde Lyra.

Mas a Lyra, Atena reservara mais surpresas.

— Mas não o fará como simples soldado amazona. Continua Atena. — A ti consagro a Sagrada Armadura de Prata de Ophiucus.

A caixa de Pandora se abre e a armadura veste o corpo de Lyra.

— Utilize o traje sagrado para a proteção de todos. Diz Atena. — Atuarás junto a Régia de Peixes.

Lyra surpresa e sorridente desperta a admiração de todos os presentes.

— Esperamos uma boa relação entre ambas. Diz o Gran-Mestre.

— Uma parceria em nome de Atena. Completa o Grande Mestre.

Atena volta seu olhar a Régia.

— Régia ... terás Lyra de Ophiucus como companheira, inclusive como minha escolta. Atendendo as instruções dos Grandes Mestres e minha própria.

O Grande Mestre olha para Lyra, e tem a certeza de que paz ali fora selada.

— Esperamos que o descontentamento entre vocês seja superado em nome de Atena. Diz o Grande Mestre.

A Amazona de Peixes, vendo Lyra radiante com a sua armadura, sorri demonstrando a felicidade sentida por sua nova companhia.

— Certamente. Diz. Regia.

Regia e Lyra trocam olhares de cumplicidade.

— Pode contar conosco Atena, sempre. Diz Lyra.

Atena sorri e conclui o momento.

— Estão dispensadas.

Lyra trajando sua veste sagrada tinha um cosmo ainda mais poderoso e o mesmo brilho no olhar. A fim de definitivamente selar a harmonia, Régia a Lyra estende a mão.

— Seja bem vinda, Lyra ... à ordem dos Cavaleiros e Amazonas de Atena. Estou certa que nos daremos muito bem. Temos muito a aprender uma com a outra.

Lyra estava agora mais feliz, porque a partir daquele momento realmente era parte de algo. Com um sorriso no rosto ela dá um forte abraço em Régia.

— Com certeza, Diz Lyra. — Pensei que não ouviria de ti essas palavras.

Lyra e Regia seguem conversando, elas encontram Ariadne que fica sabendo das novidades, e compartilha a felicidade das colegas amazonas.


NASCE LYRA DE OPHIUCUS, MAIS UMA PODEROSA AMAZONA NO EXÉRCITO PRINCIPAL DE ATENA. QUAIS DESAFIOS ESPERARÃO LYRA DENTRO DOS PLANOS DE ATENA?

Nenhum comentário :

Postar um comentário