domingo, 8 de janeiro de 2017

Capítulo 016 — Redenção


Leo de Áries depois de deixar Atena segura em seus aposentos segue a seu descanso, visto o dia cheio que tivera. A segurança do templo estava sob a responsabilidade de Sallas de Capricórnio e Maia de Cepheus, conforme definido pelo Grande Mestre.

Com a cabeça no travesseiro Leo, intrigado com o objetivo de sua recente missão em Lemúria, pensa.

— Será a Ordem dos Guardiões? ... Será essa a função daquela pessoa nisso tudo? Parece simples, mas ... É estranho.

LEMÚRIA — CINCO DIAS ATRÁS

Leo e Lyra, depois de caminhar por locares específicos de Lemúria, chegam a casa de Teon em Casparian. Dona Liana, a mãe de Teon, os recebe e nos porta-retratos podia se ter uma imagem mais concreta da pessoa procurada por Atena.

Dona Liana, carinhosamente pega um quadro onde a pintura de uma jovem sorridente o destaca dos demais. Era Sarah a irmã mais velha de Teon, desaparecida há vários anos.

— Essa é Sarah. Conta a Senhora. — A irmã mais velha de meu Teon. Ele sequer chegou a conhecê-la. Ela era linda. Fiquei muito triste com sua perda. Mas me foi concedido Teon e pude amenizar minha tristeza.

Leo pega no quadro e sente uma estranha sensação, mas não a considera. Ele caminha em direção aos demais quadros menores.

— Podemos ... Pondera Leo.

— Sim, fique a vontade. Permite a Dona Liana — Pode pegá-los se quiser.

Leo pega um quadro e sente a mesma estranha energia outrora sentida. Sua surpresa é percebida por Lyra que ao pegá-lo na mão tem a mesma sensação. 

Era possível perceber a mesma energia vinda de todas as pinturas, uma cosmoenergia misturada a um triste sentimento de saudade.

Em um quadro mais escondido havia a pintura de uma menina. Nesta a energia emanada era muito familiar. Lyra ao ver o espanto de Leo toca a pintura e parece reconhecer a criança.

— Esta é Sarah? Indaga Leo confuso. — Não, Responde a Senhora. — A menina chamava-se Sofia. Cuidava dela no templo do Gran-Conselho. Certa vez tive que trazê-la comigo. Pedi para fazerem essa pintura na ocasião.

Surpreso, Leo compara os nomes da menina da pintura com um nome que lhe vem a mente. O nome parecia muito familiar ao cavaleiro. Ele ouve atentamente a narrativa da senhora.

— Foi apenas uma vez. Ela se tornou uma bela adolescente e foi levada para o continente. Deixa eu me lembrar ... Atenas. Isso! Ela tinha algo especial. Uma paz que só se tinha próximo a ela.

Lyra lembra-se da figura de Atena.

— Atena! Afirma Lyra. Essa menina é a deusa Atena nesta era.

A senhora por alguns segundos fica pensativa.

— Atena ... Comenta a Senhora. Está certo. Ela sempre foi digna de uma deusa. Gostaria de revê-la um dia. Ela deve estar linda.

Leo, surpreso com tantas novidades, abaixa a cabeça.

— E está. Resmunga Leo.

Lyra ouve, olha para Leo e sorri.

— Quem sabe um dia, Dona Liana. Comenta Lyra. — Mas ... Não sabes o que houve com tua filha?

A senhora suspira demonstrando saudades.

— Não. Responde a Senhora. — Sei que ela sumiu numa noite de tempestade. O mar estava bem revoltado.

Lyra sente já ter mexido demais com os sentimentos daquela senhora. Ela olha para Leo que numa troca de olhares entende a mensagem.

— Humm. Comenta Lyra. — Obrigada por tudo, Senhora.

— Precisamos ir. Completa Leo.

Transbordando simpatia, a senhora sorri.

— Mas, vocês já vão? Indaga Dona Liana. — Tão rápido! Tomem um chá comigo. Já sou velha, e meu filho está em Atenas também. Façam companhia a esta velha e solitária senhora num chá.

Leo e Lyra, já com fome, se olham e sorriem da situação.

— Aceitamos. Diz Leo. 
— Faremos companhia sim, Dona Liana. Completa Lyra. — Mas não queremos dar trabalho.

A senhora mostra os sofás aos convidados, e segue a caminho da cozinha.

— Será um prazer. Pondera a Senhora.

Eles se sentam e começam a falar sobre a menina do quadro, e de tudo que falara a Senhora.

— Aquela menina era Atena. Comenta Lyra. — O cosmo na pintura disse tudo. Lembra-se Leo? A tua namoradinha.

Visivelmente envergonhado pelo comentário manifesta-se Leo.

— Não foi bem assim Lyra. Apenas a achava interessante por não ser daqui.

Lyra ri e balança a cabeça.

— Vocês, homens! Para com isso Leo, eu via como olhavam um para o outro. Diz Lyra — Eu vi quando se beijaram antes dela desaparecer. Quase morri. Sussurra Lyra.

Leo, fica admirado com o que houve.

— Como é? Curioso pergunta Leo.

Lyra envergonhada bate no ombro de Leo.

— Você ouviu. Diz Lyra.

Leo dá um sorriso amarelo

— Você estava com ciúmes desde aquela época. Brinca Leo.

Lyra, envergonhada vira a cabeça para o lado.

— Sim, mas você nunca me olhou como olhava para ela. Você se esqueceu dela assim que ela se foi. Até parece que sua memória foi apagada. Sempre senti ciúmes daquele olhar, mas ...

Lyra respira fundo antes de continuar.

— Foi só um namorico de crianças. Éramos muito jovens, e não havia amor entre nós. Quando soube que foi para Atenas com Atena.... Com ela ...

Carregada da lembrança, dá uma pausa em sua fala, Lyra.

— Senti que tinha te perdido para sempre. Nunca mais o vi. Mas, então veio meu verdadeiro amor. Mas ele se foi. Maldito Poseidon!

Lyra já tinha em seu rosto um sentimento de ódio. Leo, surpreso com a mudança dos sentimentos de Lyra, e meio desapontado consigo mesmo, muda de semblante.

— Sei que tivemos doces momentos juntos. Continua Lyra. — Quando se foi fiquei perdida, mas aí encontrei Marco.

O olhar de Lyra brilha quando surge a mente essa nova lembrança. Leo nunca vira tal olhar.

— E ele me olhou daquela maneira. Continua Lyra. — Senti o calor daquele olhar. E eu também o olhei assim. Mas ele morreu aqui mesmo em Lemúria. O mar o levou. Queria ter podido lutar naquele momento.

Uma lágrima escorre em Lyra, ela a enxuga e levanta a cabeça.

— Mas ... Vamos a você, Leo.

Lyra olha para Leo e sorri. Leo nada entende e olha de volta tentando entender o que a expressão de Lyra queria dizer.

— O que foi Lyra? Indaga Leo.

O belo sorriso de Lyra deixa Leo ainda mais confuso.

— Agora você deve estar confuso. Comenta Lyra. — Mas está escrito nos teus olhos.

Leo não entendia o que dizia Lyra.

— Do que você fala? Indaga Leo, ainda mais curioso.

— Você ama Atena, quero dizer Sofia. Responde Lyra.

Leo se assusta com o comentário.

— Não! Afirma Leo. — Claro que não. Não poderia. Sou teu Cavaleiro e minha missão é protegê-la. Apenas isso.

Lyra resmunga em tom de brincadeira.

— Humm. Brinca Lyra. — Já vi o afinco com que você a protege e sempre achei estranho. Agora tenho certeza. Você sempre a amou e nunca se deu conta disso. Ou não se lembrava que ela era a Sofia de sua infância. Sem saber vocês cultivaram esse amor pelo tempo. Sofia como deusa Atena, e você como seu fiel escudeiro.

Leo, apesar de perceber a verdade nas palavras de Lyra torce o nariz para o que ela diz.

— O amor bate a tua porta, Leo. Não a feche. A minha porta a própria vida se encarregou de fechar. Completa Lyra.

O silêncio paira no ar por alguns segundos e chega a mãe de Teon com chá e biscoitos. O dois, famintos, olham um para o outro e por um momento prendem o riso, mas a situação engraçada que a fome criara os obriga a rir.

O chá delicioso e os biscoitos crocantes de Dona Liana contiveram os pensamentos dos que aquela casa visitavam, e após um doce agradecimento partem Leo e Lyra.

— Aquele cosmo da foto me é familiar. Afirma Leo. — Já senti o cosmo de Sarah em nosso caminho.

— Também senti. Concorda Lyra. — Devemos refazer nosso caminho.

O Cavaleiro e a Amazona percorrem o caminho de volta, e ao passar por um pequeno córrego Lyra para e colhe um pouco de água para refrescar o rosto.

Lyra se espanta ao sentir o mesmo cosmo do retrato na água corrente.

— Essa água! Afirma Lyra. — Toque nela, Leo.

— Aquele cosmo. Constata Leo. — Vamos segui-la até sua fonte.

Ambos seguem a corrida d'agua e mais alto na montanha via-se uma gruta, e dela emanava grande concentração daquele cosmo.

Os passos de Leo e Lyra gruta adentro eram acompanhados por alguém a espreita.

Uma presença se materializa por detrás de Leo, que segue mais à frente, mas antes que possa se defender a rápida e feroz intervenção de Lyra frusta o ataque surpresa.

A amazona segura os dois punhos da figura desconhecida, que vê cair no chão a ferramenta pontiaguda que segurava.

— Não viemos te machucar. Afirma Lyra. — Viemos apenas fazer-te um convite. Convida-la a estar com Atena. 
— Acalme-se Sarah! Ainda de costas, completa Leo.

A moça sensivelmente surpresa relaxa os punhos cerrados e abandona seu semblante ofensivo.

— Como sabem meu nome? Quem são vocês? Sarah estava muito confusa. — Vou te soltar. Diz Lyra, abrindo devagar as mãos.

Sarah cansada do esforço respira fundo, e olha para Leo e Lyra com desconfiança.

— Somos Leo de Aries e Lyra de Ophiucus, guerreiros de Atena. Viemos te fazer uma proposta.

Sarah, não sabia o que fazer diante tal situação.

— Como vocês me acharam aqui? Indaga Sarah nervosa.

— Fomos a tua casa e sentimos teu cosmo em tuas pinturas. Responde Lyra. — Encontramos o rastro de teu cosmo na água que corre desta gruta.

A mente de Sarah passeiam imagens e momentos familiares. Ela abaixa a cabeça e triste manifesta-se.

— Minha mãe ... Quanta saudade.

Leo tenta manter um diálogo

— Mas porque não vai ao seu encontro? indaga. — É tão perto daqui. Conclui o Cavaleiro.

— Não posso. Responde Sarah. — Porque estou suja. Atendi ao chamado da ganância. Quis poder e só fiz matar pessoas inocentes ... E meus compatriotas. Vejo a evolução de meu irmão, e torço por seu sucesso. Que ele escolha o caminho certo. Coisa que não fiz.

Sarah se prosta.

— Sinto a angústia das preces de minha mãe, mas ... Não sou digna delas. Não me permito retornar, tenho vergonha de todos.

Lyra tentava compreender tudo o que dizia Sarah.

— O que você fez? Indaga a amazona. — Já fui uma General Marina. Responde Sarah. — Fui Sarah de Sirene. Hoje não sou nem sombra de mim mesma.

O semblante de Lyra muda completamente, e repentinamente surge a armadura de Ophiucus que a veste.

Sentindo a ira no cosmo de Lyra, e a força do punidor em sua aura, Sarah prostada se redimi diante a amazona enfurecida.

— Faça. Afirma Sarah. Há tempos espero pelo meu castigo.

Leo apavorado vê Lyra movimentar os braços, com o cosmo dirigido sobre Sarah. Após a explosão da luz gerada por Lyra lá se encontrava Sarah sem nenhum arranhão. Leo respira aliviado.

— O que houve? Sarah nada entende — Por que se deteve?

Lyra respira fundo, e de Sarah se afasta.

— Não sou eu que devo julga-la, mas Atena. Responde Lyra.

Lyra passa por Leo, e ele dirige-se a Sarah.

— Ela está certa. Afirma Leo. — Mesmo perdendo entes queridos não é nosso direito julgar nossos irmãos. Tua culpa é sinal de redenção. Venha conosco! Venha até Atena. Dê a si mesma uma segunda chance.

Sarah se levanta, vai até Lyra no canto da gruta e a olha nos olhos.

— Obrigado por teu senso de justiça. Diz Sarah. — Mesmo quando não merecia recebi tua misericórdia. Peço perdão pelas perdas que possa ter te causado.

Lyra olha para Sarah com um semblante mais tranquilo.

— Apenas o farei se antes fizer algo por alguém.

Sarah, mais aliviada de sua culpa, sorri.

— Eu sei ... Respira aliviada Sarah. — Atenderei a misericórdia de Régia de Peixes, e a tua, Lyra de Ophiucus. Tua justiça me deixa mais limpa. Atenderei ao amor incondicional de minha mãe.

Leo, Lyra e Sarah se teletransportam à porta do quintal de Dona Liana, e Sarah continua seu caminho a redenção.

No Salão do Gran-Conselho, o Gran-Mestre sente a presença do cosmo de Sarah. 

— Enfim surge por completo esse cosmo misterioso. Pensa. — Mas ... sua carga leve ...algo interveio ... Atena?

O Gran-Mestre sente dois grandes cosmos pacíficos, e sorri.

— Sim, são os planos de Atena! Afirma.

Passam-se alguns minutos e à porta da casa surgem Sarah e sua mãe num forte abraço. Dona Liana acena a seus novos amigos com um largo sorriso. A tristeza abandona a aura daquela senhora, e a casa emana uma nova energia.

Os três lemurianos partem pelo poder de teletransporte a Atenas ao encontro de Atena.

NO TEMPLO DA DEUSA EM ATENAS

Leo avisa Atena de sua chegada, e a deusa abre as postas do salão com a força de seu cosmo. Nesse instante antes mesmo dos soldados entrarem em guarda surge Leo de Áries e Lyra de Ophiucus, trajando suas armaduras e acompanhados de Sarah.

Leo sinaliza com a cabeça aos guardas da porta, entra no salão da deusa e fecha a porta.

— Atena! Reverencia Leo. — Trouxemos a pessoa que deseja encontrar. 

— Essa é ... Diz Lyra quando interrompida por Atena.

— Sarah, irmã de Teon de Serpentário. Completa Atena. — Seja bem vinda. Cumprimenta a deusa.

Sarah se ajoelha diante Atena.

— Desculpe-me Atena! Não sou digna de sua tão doce recepção. A traí, e também a meu povo.

Atena dela se aproxima e toca seu rosto. O cosmo carregado de dor e arrependimento é sentido pela deusa, bem como a origem de toda aquela angústia.

— Não se repreenda, Sarah. Pondera Atena. — Não foram poucos teus crimes do passado, mas se Régia e Lyra a perdoaram és digna deste benefício.

Atena toca seu queixo e levanta seu rosto.

— Como deusa tenho a paz e a misericórdia como virtudes. Mas a mim também cabe o braço da justiça a quem merece. Não se culpes mais, tens o perdão que buscas. Teus atos do passado agora são apenas parte dele.

Com um movimento de mão Atena dispensa Leo e Lyra. Sarah olha para Atena, e levanta-se com lágrimas nos olhos. Atena prossegue a sós com Sarah.

— Eu a redimo de teus pecados, e a ti tenho algo especial.

Sarah sorrindo com lágrimas, sente o poder da misericórdia de Atena.

— Será uma honra, Atena. Diz Sarah. — Em que posso servi-la?

Atena fica feliz com a redenção de Sarah.

— Seja a guardiã de teu irmão, Teon, o Cavaleiro de Ouro de Serpentário.

Sarah fica surpresa com a palavra "Guardiã".

— Como? Indaga Sarah. — Meu irmão Teon?

Atena sorri.

— Sim. Responde Atena. — Serás seu anjo da guarda, curando suas feridas e restabelecendo seu cosmo sempre que estiver em perigo. Serás a Aura de Serpentário, a mais secreta Guardiã de toda a Ordem de Serpentário.

Sarah abre um largo sorriso, e seu cosmo emana a alegria e júbilo dignas de um guerreiro de Atena. A deusa sabia que acabara de fazer a escolha certa.

— Receberás treinamento dado especialmente por Lyra de Ophiucus. Continua Atena. — O que me diz?

Os olhos de Sarah brilham, e após tudo o que ouvira, o cosmo que em Lemúria era melancólico torna-se vibrante e quente.

— Meu irmão ... Meu irmão que nem vi crescer. Sua guardiã ... Seu anjo da guarda ... Sim eu aceito, Atena. Compensarei minhas falhas dedicando minha vida nessa tarefa.

Atena sorri e caminha em direção a seu assento. Movimenta sua mão fazendo abrir com seu cosmo um compartimento do braço do assento. Uma pequena caixa de madeira sai flutuando. A caixa se abre sobre o olhar atento de Sarah. Uma forte cosmoenergia de paz emanana de um pingente em cristal preso a um discreto colar. O conjunto e evado pelo ar as mãos de Sarah.

— Essa é sua Crystallus. Diz Atena. — A Veste Sagrada dos Guardiões. Em puro cristal, ao simples comando de teu cosmo, essa pequena pedra torna-se um traje completo para teu corpo.

Nesse momento Sarah eleva seu cosmo e o cristal em sua mão brilha, desdobrando-se em numerosas partes, formando uma estátua de cristal. A Crystallus brilha e veste o corpo de Sarah.

Sarah sente uma enorme sensação de poder. Os cristais dos outros guardiões brilham. Na Sibéria, numa ilha do Atlântico, e no templo de Atena outros guardiões saúdam seu mais novo companheiro de luta.

EM OUTRO LUGAR NO TEMPLO DE ATENA

— O que há com teu colar, Sana? Indaga Aaron. — Nada tio. Responde a menina.

— Ele brilhou por um instante. Insiste Aaron. — E tive a impressão que uma onda de cosmo passou por nós. Deve ter sido impressão tua, não senti nada. Desconversa Sana.

Sana sabia que Atena ordenara mais um Guardião. Ela carinhosamente abraça seu tio.

— Amo você, tio. Declara Sana. — Não deixarei que nada aconteça contigo.

Aaron, ri e a abraça.

— Que isso menina. Diz Aaron. — Sou eu que tenho que te proteger. A princesinha do Ted. A razão de eu ainda querer estar vivo. O motivo de ter rejeitado certo convite, certo dia.

Aaron olha para Sana, e ganha dela um doce sorriso. Ele sabia estar no lugar certo e na companhia certa.

SALÃO DE ATENA

Sarah percebe um grande fluxo de energia fluindo por teu peito, composta de muitos cosmos vindo de diversos lugares.

— Essa energia ... Diz Sarah.

— Isso é a ressonância dos cristais. Esclarece Atena. — São os guardiões recebendo-a como parte da Ordem.

Sarah após a energia recebida acende seu cosmo, e a Crystalus volta a ser uma pequena pedra de cristal.

Ela sorri e seu cristal brilha, como se agradecesse as mensagens recebidas.

— Agora você pode sair Sarah. Conclui Atena. — Conheça o Templo, teu novo lar. Lyra te encontrará, guiará e mostrará teus aposentos.

Sarah estava empolgada

— Obrigado, Atena. Diz Sarah.

Sarah reverencia a deusa e sai. Caminhando desperta a atenção de todos, principalmente a de Regia e Teon, que conversavam próximo a entrada da área destina aos Guardiões.

Regia e Sarah se reconhecem, e a nova Aura se envergonha abaixando a cabeça.

— Sarah! Chama Régia. — Olá Re ...Regia de Peixes. Responde Sarah.

Regia olha para o peito de Sarah e vê o cristal. Apesar de não saber o significado da pedra, sabia que Sarah já tinha a confiança de Atena.

Teon sente no peito que seu coração bate mais acelerado, mas de forma diferente daquela quando conhecera Regia. Eram emoções fraternais que ele não compreendia.

— Que bom que sobreviveu àquela tragédia. Diz Regia. — Seja bem vinda entre nós. — Obrigado. Responde Sarah.

Teon ainda confuso puxa conversa.

— Você ... Diz Teon. — Me é familiar, mas não sei porque. Sou Teon de Serpentário, muito prazer.

Sarah, entorpecida de tantas emoções não havia percebido ser Teon aquele jovem. Não o via há anos. Seus olhos brilham e subitamente ela o abraça.

Teon recebe o abraço e retribui, mas não sabe o porquê daquela emoção que arrebata teu peito.

— Meu irmão ... Sussurra bem baixo Sarah.

Régia que não entedia nada, após ouvir o que dissera Sarah compara os rostos e se surpreende com a trama do destino. Sarah era frequentemente comentada por Teon, sempre saudoso de uma irmã que sequer chegou a conhecer.

Sarah solta Teon e fica sem graça da ação impetuosa.

— Desculpe-me. Diz Sarah que sai correndo. — Foi um enorme prazer conhecê-lo, Teon.

Sarah sai tão repentinamente como chegou, acompanhada de Lyra.

— Esse é dia mais feliz da minha vida! Grita a Guardiã já distante e sorridente.

Teon olha para Régia, receoso de sua reação, pois gostara muito daquele caloroso abraço. Régia parecia tranquila e abraça Teon com igual carinho. Teon nada entende.

— Não está brava comigo? Indaga Teon.

Regia balança a cabeça.

— Não seu bobo. Responde Régia. — Sarah é tua irmã. Pensa Régia em voz alta.

Teon ouve e fica surpreso.

— Como?! Indaga Teon com o coração acelerado. — Ela é minha irmã Sarah? Responda-me por favor.

— Sim, Teon. Responde Regia. — Nem mesmo eu poderia te dar um abraço com tanto calor ... com tanto carinho.

Teon fica por segundos sem reação.

— Então ... eu vou atrás dela, certo? Indaga Teon confuso.

— Vá! Vá logo. Diz Regia num misto de tristeza e alegria.

Teon começa a correr, mas repentinamente para, e ao ver Régia cabisbaixa com carinho declara seu amor. 

— Eu te amo, Regia. Nunca se esqueça disso.

Regia levanta a cabeça e sorri, enquanto Teon corre ao encontro de sua irmã. Teon avista Sarah.

— Sarah! Chama Teon. — Minha irmã!

Sarah olha para trás e fica sem saber o que dizer e fazer. Ela para e esconde o cristal na roupa, enquanto Teon se aproxima. Teon lhe dá um enorme abraço.

— A irmã que sempre sonhei conhecer. A irmã que jurei que procuraria. Está tão perto de mim, e é linda. Minha irmã Sarah! Minha família!

Teon deixa o abraço e olha nos olhos da irmã.

— Mamãe sabe disso?

Sarah, ri.

— Sim, mas não teve tempo de contar nada a ninguém. E Régia ... ela te fisgou por seus olhos azuis, né?, hehehe.

Teon olha Sarah curioso.

— Como sabe disso? Indaga Teon.

Sarah toca o rosto do irmão e sorri.

— É uma longa história, depois te conto. Meu irmãozinho. Hehehe.

Regia, a distância, vê aquela relação familiar e se entristece ao lembrar da morte de teus pais e do sumiço de teu irmão Oriti pelas forças de Poseidon. Oriti foi no grupo de homens que partiram ao fronte de batalha e não voltou.

Bem próximo dali uma pessoa também observa Teon e Sarah. Ele segura seu cristal, ainda brilhante por conta da ressonância ocorrida minutos atrás.

— Minha irmã ... Pensa — Nunca a abandonarei. Por nossos pais sempre a manterei viva. Nem que para isso tenha que dar-te a minha vida. Sou Oriti, o Aurum de Peixes ... e você é minha protegida ... minha única família.

Sarah percebe uma presença familiar, mas acha que foi impressão. Oriti ao vê-la sorri. 

— Nos encontraremos de novo, Sarah ... Pensa Oriti. — Mas dessa vez não haverá flecha nem flauta ...

TEMPO PRESENTE

O turbilhão de lembranças imersas na mente de Leo cessa. Fatos reavivados, do dia que junto a Lyra concluíra sua última missão, o deixam intrigado. A lembrança da menina Sofia, então apagada retornara. Isso o deixou muito curioso.

— Por que? Pensa Leo. — Por que esqueci-me de Sofia? Com seu sumiço de Lemúria, também suas lembranças desapareceram de minha mente.

Leo lembra-se do aperto que sentira há cinco dias atrás.

— Será essa a explicação para essa dúvida? ... Pensa. — Esse aperto no peito que sinto quando estou perto dela ... mesmo apaixonado por Lyra ... será minha paixão por Lyra um mero escape a meus verdadeiros sentimentos?

Leo não se conforma com o que passa a sua mente.

— Não! Não posso amar Atena. Seria uma blasfêmia! Ela é uma deusa. Tenho que tirar isso de minha mente.

Leo lembra-se da menina Sofia que beijara quando criança, e da mulher que acolhera nos braços horas atrás.

— Por agora tenho que dormir ... Pensa Leo. —  Boa noite Sofia.

A energia emanada por Leo na última linha de seus pensamentos viaja e chega a Atena em seus aposentos.

— Obrigada Leo. Pensa Atena. — Durma bem , meu fiel Cavaleiro ... Meu protetor ... Descanse. Espero ansiosa pelo dia de amanhã. Em pensar que a força dessa amor rompeu barreiras, até mesmo a criada pelo cosmo de Atena, por amor a Terra e a todos os humanos, me afastando de um único homem. Teu amor me enche de esperança, e me renova as energia. Durma minha fortaleza ... Durma meu amor!

Leo mesmo dormindo recebe a mensagem do cosmo de Atena, reciprocamente velando teu sono. A cálida energia de Sofia tranquiliza sua mente, e inconscientemente Leo dormindo sorri.

Sofia depois de horas consegue dormir, e em seus sonhos uma chuva de imagens dos momentos em que Leo esteve ao seu lado passam a povoar sua mente.

Imagens e fatos de sua infância, passando por sua presença durante a Guerra Santa, até a mensagem recebida por Leo há horas atrás, fazem Sofia tomar uma importante decisão.

Sofia acorda e uma importante missão a aguarda. Ela contara a Leo a verdade sobre os fatos e memórias que entrelaçam as vidas de Sofia, Leo e Atena.


SARAH, SOFIA E LEO VIVEM A VIDA E A REDENÇÃO, E O PASSADO ORA APAGADO VOLTA A TONA, NO FLUXO DO TEMPO E NA FORÇA DO AMOR.

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