Findou-se a Reunião Dourada e os Cavaleiros e Amazonas seguiram seus caminhos, a maioria para confraternizar tal encontro de amigos.
Ariadne de Aquário, ainda próxima ao Salão de Atena, tocada com tudo o que sentira naquele encontro, e um pouco intrigada com o que ouvira de Atena sobre os guardiões e as estrelas alfa começa a pensar.
— Observei muitas estrelas alfa ... Seus brilhos ... Mas essa relação ...
SIBÉRIA — QUATRO DIAS ATRÁS
O tempo em Graad estava instável, e uma grande massa de neve cobria a montanha onde abaixo ficava a biblioteca da vila.
No intuito de se prevenir do risco de vida por um possível desabamento, todos os que habitavam próximo a montanha abrigaram-se na casa de parentes e amigos em locais mais seguros. Ainda assim Ariadne insistia em permanecer na biblioteca de Atena estudando, o que deixava Ada muito preocupada por sua segurança.
O tempo piora ao longo do dia, e ao cair da tarde uma forte nevasca chega a vila. Ada decidida a retirar Ariadne da gruta a qualquer custo se dirige ao local, quando uma avalanche de neve desce a montanha cobrindo tudo ao pé da mesma. Até mesmo a fonte foi coberta.
Durante o trabalho de retirada do gelo, a fonte é descoberta da grossa camada de gelo, e uma grande quantidade de água se espalha pelo chão. Todos se apavoram com a grande quantidade de água que desceu a montanha, passando exatamente pelo local onde se encontrava Ariadne.
Apavorada com o possível destino de sua amiga, Ada entra em uma espécie de transe e a manifestação do tempo começa a cessar. Ada entra em harmonia com a natureza, e torna-se com o tempo uma só unidade. A Unidade da Natureza acabara de se manifestar através de Ada.
O volume de água que brotava da fonte se reduz, mas uma grossa camada de gelo ainda cobria a entrada do casebre da biblioteca.
Os moradores começam a cavar para abrir espaço no grande bloco de gelo e chegar até a Amazona de Atena. Um outro grupo subia a montanha para chegar a gruta pela entrada do alto da floresta.
Na gruta Ariadne estava desacordada pois fora atingida por uma pedra que descera com as águas. Apesar de seus esforços de conter a entrada de água por congelamento, a força da natureza foi mais intensa que a determinação de seu cosmo.
A neve é rapidamente retirada e Ada parte pela passagem como um furacão, encontrando Ariadne na beira do lago, que havia dentro da gruta, desacordada.
Ada se aproxima, traz Ariadne para a parte mais alta e carinhosamente a abraça, afastando seus cabelos molhados para lhe expor o rosto. Ela aquece o corpo da amiga com o calor do seu próprio cosmo inflamado.
O grupo que procurou passagem pelo alto da montanha chega a gruta, e com a exceção das mulheres todos saem. Cobertores e roupas secas são trazidos pelo grupo da biblioteca.
Uma senhora cobre Ada e Ariadne com um cobertor, e Ada sorri.
— Vocês são mesmo amigas! Afirma a senhora. — Mas há algo diferente. Seu calor é especial. Como o de um anjo da guarda. Nossos amigos são os nossos anjos da guarda. Você é o anjo de sua amiga. E isso está escrito em teus olhos. Na forma com a qual olha para ela.
Ada lembra-se da sua missão e sorri.
— Sim. Diz Ada. — Cuidar dela é minha missão maior. O que faço com enorme prazer.
A senhora toca o ombro de Ada e também sorri.
— Posso perceber isso menina. Sorri a Senhora. — Vamos deixá-las a sós.
Todas as mulheres saem e apenas Ada e Ariadne ali permanecem.
TEMPO PRESENTE
Ariadne após lembrar do terrível incidente na Sibéria começa a relacionar algumas coisas.
— Será ... Ada a minha Aura? Senti teu cosmo naquele momento, mesmo inconsciente. Senti minha vida retornar ao corpo, pelo cálido abraço de Ada. Será Ada minha Guardiã?
Nesse momento suavemente alguém toca seu ombro, era Atena e seu caloroso cosmo. Ariadne apesar da surpresa da chegada de Atena permanecia tranquila.
— Não fiques preocupada, Ariadne. Diz Atena. — Vocês são ligadas pelo destino. Sobreviverem juntas não foi coincidência. Foi um desígnio do cosmos. Além de amigas vocês são guardiãs uma da outra. Ariadne, Aria, você e Ada sempre manterão no céu o intenso brilho da constelação de Aquário.
Atena caminha junto a Ariadne até um local de onde podia-se ter a visão panorâmica do céu, e prossegue em sua fala.
— Os cosmos das três abençoadas de Aquário estão interligados. Mesmo Aria não estando entre nós, seu cosmo aqui se faz presente. O cosmo do portador de um Traje Sagrado nunca o abandona, mas a ele entra em harmonia. Veja a tua constelação protetora. Seu brilho vivo como o coração só existe pela ressonância perfeita dos seus três cosmos. Aria está sob as bênçãos de Aquário, sob a minha benção. Vá em paz!
Atena inicia o caminho de volta a sua sala recebendo o agradecimento de sua Amazona.
— Obrigada, Atena. — Obrigada por tranquilizar meu coração.
Atena sorri.
— És minha Amazona, Ariadne. Pondera Atena. — E a meus fieis guerreiros meu amor nunca faltará.
Em outra região do Templo encontrava-se Regia pensativa sobre Teon e do amor que por ele estava se fortalecendo.
Atena que seguia tranquila por seu templo, visto a presença de seus treze cavaleiros de ouro, até ela se dirige e é prontamente percebida. Régia inicia a reverência, mas é interrompida pela deusa.
— Não, Regia. Diz Atena. — Não é necessário. Não para uma conversa entre mulheres.
Regia sorri. As duas se sentam em degraus que ali existiam.
— Sei o que aflige teu coração. Continua Atena. — Sei que amas Teon. Posso sentir. Podes retirar sua máscara.
— Mas ... Surpresa pondera Regia.
Régia retira a máscara e seus olhos azuis marejados brilham como dois diamantes.
— Está escrito em teu olhar, Régia. Sorri Atena.
Atena carinhosamente pega as mãos de Regia que chorando sorri.
— Viva seu amor! Ordena Atena. — Sei que o amor de Teon é verdadeiro. Os olhos não mentem nunca. Diante Teon estás liberada da lei da máscara. O amor de Atena não pode se opor ao amor entre um homem e uma mulher.
— Mas ... não posso. Desiste de falar Régia.
— Continue, por favor Régia. Diz Atena.
— Já amou alguém Sofia? Indaga Regia
Atena respira fundo antes de responder.
— Sim, Responde Atena. Mas não posso ser correspondida. Me reservo ao meu dever como deusa Atena. Mas é bom ter uma amiga.
Regia carinhosamente pega nas mãos de Atena.
— Sempre. Afirma Regia.
Nesse momento surge Leo de Áries. Com uma pesada aura de desespero percebia-se sua preocupação. Ele surge tão repentinamente que Regia é vista sem máscara. Regia a coloca imediatamente.
— Desculpe-me, Regia! Comenta Leo. — Atena, a procurei por todo lugar. Temia por sua segurança, mesmo com tantos Cavaleiros e Amazonas por perto.
Atena, sem graça, sorri.
— Estava segura com Régia. Responde Atena. — Agradeço tua preocupação.
Atena olha para Regia e sorri. Seus olhos brilham tal como os de Regia há minutos atrás.
Atena se levanta com o auxílio da mão gentilmente estendida por Leo. Ela se desequilibra com o degrau da escada, sendo de pronto carinhosamente amparada por Leo num cálido abraço.
O coração da deusa acelera e naquele momento Sofia abraça Leo, com a plena confiança de estar segura nos braços de seu amor.
Leo percebe a situação e a posiciona de pé em total equilíbrio.
— Desculpe a ousadia, Atena. Desculpa-se Leo.
— Não se preocupe, Leo. Responde Atena. — Sei que poderei sempre contar contigo. Entrego-me sem duvidar, a sua fidelidade.
Atena percebe a gafe, deixando Leo ainda mais sem graça. Régia levanta-se e antes de deixar Atena sob a proteção de Leo comenta.
— Desculpe-me Leo, pela máscara. Desculpe Atena.
— Não se preocupe, Régia. Responde Leo. — Teus olhos azuis, serão um segredo nosso. Brinca Leo. — Pena eles serem um mistério a Teon. Só espero que não me mate. Pois sei que amar seria impossível. Seus olhos e coração já tem dono.
Régia e Atena se olham e trocam sorrisos. Leo vê a troca de olhares e nada entende. Leo continua.
— Mas não se preocupe, Regia. Seus belos olhos azuis tem os dele como colírio. Não preciso ver teus olhos, pois teu cosmo transparece.
Atena olha para Leo.
— Não te preocupes , Leo. Confio a ti este segredo.
A deusa e a Amazona trocam olhares e sorriem.
— Confio a ti meu rosto, Leo. Confirma Regia. — Sei que cuidarás dele como cuidas de Atena.
Leo, visivelmente sem graça, abaixa a cabeça, mas responde a Régia.
— Tenha certeza disso, Régia de Peixes.
— Isso me tranquiliza. Conclui Regia. — Até mais, Leo de Áries. Régia aliviada ri.
Régia segue seu caminho, e Leo acompanha Atena até seus aposentos.
— Obrigada, Leo. Diz Atena. — Por seu cuidado comigo.
— Sou seu Cavaleiro e esse é meu dever. Responde Leo.
— Ainda assim Leo, eu agradeço seu carinho.
— Disponha, Atena. Ainda sem graça comenta Leo.
Sofia, a doce Atena, sorri e sente um calor diferente nas palavras que acabara de ouvir.
Leo caminhando a seus aposentos começa a pensar em tudo que acabara de acontecer, os sentimentos que povoaram sua mente e coração.
— Como pode? Ela é a deusa Atena. Por que esse sentimento? Essa sensação ... Essa vontade de tomá-la nos braços. Como posso? Esse desejo. Nem mesmo por Lyra senti algo tão forte. Será esse instinto de proteção um engano? Não pode ser.
Atena, feliz pelo turbilhão de emoções que vivenciara nas últimas horas, pensa sobre o amor em tua vida.
— O amor de um homem ... Em detrimento ao amor de todos os humanos. Teve que ser assim, mas poderia eu conviver com as duas formas? Não sei o que fazer. Como queria agora uma amiga.
Sem perceber a melancolia de Atena é transmitida as Amazonas e outras mulheres do Templo. Regia, Ariadne, Lyra e Sana percebem sua angústia, e mesmo a distância Lyra se comunica com a deusa.
— Posso ajudá-la, Atena?
Atena se dá conta que o sentimento de amor ao próximo de suas guerreiras para com ela chegam carinhosamente.
— Lyra ... Responde Atena. Preciso de um ombro amigo. Poderia vir até aqui?
Em fração de segundos surge Lyra direto de seus aposentos para ao lado de Atena. Lyra olha nos olhos de Atena e atende a seu mais íntimo desejo. Ela se comunica e teletransporta Regia, Ariadne e Sana para estarem ao lado da deusa.
O quarto de Atena torna-se o local do encontro de Sofia e suas amigas. Depois de muita conversa Sofia decide mesmo sendo Atena render-se ao amor de um homem.
Algumas horas depois as amigas de Atena retornam a suas camas, sem que sequer alguém se dê conta de suas ausências, nem mesmo o zeloso Aaron.
Feliz, Atena proclama sua liberdade à postura adotada há alguns anos atrás, quando ainda garota assumia a posição de Deusa da Sabedoria e Guerra Justa num turbilhão de difíceis decisões. Nessa ocasião Sofia abrira mão de seu amor por Leo para ser uma deusa. Sua ausência nos anos seguintes a transformou simplesmente na deusa Atena, junto ao então Leo de Áries, Cavaleiro que a ela devotou obediência e fidelidade.
Segundos antes de cair no sono pensa Atena.
— A ressonância das Almas ... A ressonância do amor ... Sob as bênçãos do cosmos ...
REGIA E ARIADNE RECEBEM A AMIZADE DE ATENA, E TEM A CHANCE DE RETRIBUIR SEU CARINHO. O ENCONTRO DE SOFIA E SUAS AMIGAS TRAZEM A ATENA A LUZ DE UMA IMPORTANTE DECISÃO. É O AMOR QUE BATE A PORTA.
Ariadne de Aquário, ainda próxima ao Salão de Atena, tocada com tudo o que sentira naquele encontro, e um pouco intrigada com o que ouvira de Atena sobre os guardiões e as estrelas alfa começa a pensar.
— Observei muitas estrelas alfa ... Seus brilhos ... Mas essa relação ...
SIBÉRIA — QUATRO DIAS ATRÁS
O tempo em Graad estava instável, e uma grande massa de neve cobria a montanha onde abaixo ficava a biblioteca da vila.
No intuito de se prevenir do risco de vida por um possível desabamento, todos os que habitavam próximo a montanha abrigaram-se na casa de parentes e amigos em locais mais seguros. Ainda assim Ariadne insistia em permanecer na biblioteca de Atena estudando, o que deixava Ada muito preocupada por sua segurança.
O tempo piora ao longo do dia, e ao cair da tarde uma forte nevasca chega a vila. Ada decidida a retirar Ariadne da gruta a qualquer custo se dirige ao local, quando uma avalanche de neve desce a montanha cobrindo tudo ao pé da mesma. Até mesmo a fonte foi coberta.
Durante o trabalho de retirada do gelo, a fonte é descoberta da grossa camada de gelo, e uma grande quantidade de água se espalha pelo chão. Todos se apavoram com a grande quantidade de água que desceu a montanha, passando exatamente pelo local onde se encontrava Ariadne.
Apavorada com o possível destino de sua amiga, Ada entra em uma espécie de transe e a manifestação do tempo começa a cessar. Ada entra em harmonia com a natureza, e torna-se com o tempo uma só unidade. A Unidade da Natureza acabara de se manifestar através de Ada.
O volume de água que brotava da fonte se reduz, mas uma grossa camada de gelo ainda cobria a entrada do casebre da biblioteca.
Os moradores começam a cavar para abrir espaço no grande bloco de gelo e chegar até a Amazona de Atena. Um outro grupo subia a montanha para chegar a gruta pela entrada do alto da floresta.
Na gruta Ariadne estava desacordada pois fora atingida por uma pedra que descera com as águas. Apesar de seus esforços de conter a entrada de água por congelamento, a força da natureza foi mais intensa que a determinação de seu cosmo.
A neve é rapidamente retirada e Ada parte pela passagem como um furacão, encontrando Ariadne na beira do lago, que havia dentro da gruta, desacordada.
Ada se aproxima, traz Ariadne para a parte mais alta e carinhosamente a abraça, afastando seus cabelos molhados para lhe expor o rosto. Ela aquece o corpo da amiga com o calor do seu próprio cosmo inflamado.
O grupo que procurou passagem pelo alto da montanha chega a gruta, e com a exceção das mulheres todos saem. Cobertores e roupas secas são trazidos pelo grupo da biblioteca.
Uma senhora cobre Ada e Ariadne com um cobertor, e Ada sorri.
— Vocês são mesmo amigas! Afirma a senhora. — Mas há algo diferente. Seu calor é especial. Como o de um anjo da guarda. Nossos amigos são os nossos anjos da guarda. Você é o anjo de sua amiga. E isso está escrito em teus olhos. Na forma com a qual olha para ela.
Ada lembra-se da sua missão e sorri.
— Sim. Diz Ada. — Cuidar dela é minha missão maior. O que faço com enorme prazer.
A senhora toca o ombro de Ada e também sorri.
— Posso perceber isso menina. Sorri a Senhora. — Vamos deixá-las a sós.
Todas as mulheres saem e apenas Ada e Ariadne ali permanecem.
TEMPO PRESENTE
Ariadne após lembrar do terrível incidente na Sibéria começa a relacionar algumas coisas.
— Será ... Ada a minha Aura? Senti teu cosmo naquele momento, mesmo inconsciente. Senti minha vida retornar ao corpo, pelo cálido abraço de Ada. Será Ada minha Guardiã?
Nesse momento suavemente alguém toca seu ombro, era Atena e seu caloroso cosmo. Ariadne apesar da surpresa da chegada de Atena permanecia tranquila.
— Não fiques preocupada, Ariadne. Diz Atena. — Vocês são ligadas pelo destino. Sobreviverem juntas não foi coincidência. Foi um desígnio do cosmos. Além de amigas vocês são guardiãs uma da outra. Ariadne, Aria, você e Ada sempre manterão no céu o intenso brilho da constelação de Aquário.
Atena caminha junto a Ariadne até um local de onde podia-se ter a visão panorâmica do céu, e prossegue em sua fala.
— Os cosmos das três abençoadas de Aquário estão interligados. Mesmo Aria não estando entre nós, seu cosmo aqui se faz presente. O cosmo do portador de um Traje Sagrado nunca o abandona, mas a ele entra em harmonia. Veja a tua constelação protetora. Seu brilho vivo como o coração só existe pela ressonância perfeita dos seus três cosmos. Aria está sob as bênçãos de Aquário, sob a minha benção. Vá em paz!
Atena inicia o caminho de volta a sua sala recebendo o agradecimento de sua Amazona.
— Obrigada, Atena. — Obrigada por tranquilizar meu coração.
Atena sorri.
— És minha Amazona, Ariadne. Pondera Atena. — E a meus fieis guerreiros meu amor nunca faltará.
Em outra região do Templo encontrava-se Regia pensativa sobre Teon e do amor que por ele estava se fortalecendo.
Atena que seguia tranquila por seu templo, visto a presença de seus treze cavaleiros de ouro, até ela se dirige e é prontamente percebida. Régia inicia a reverência, mas é interrompida pela deusa.
— Não, Regia. Diz Atena. — Não é necessário. Não para uma conversa entre mulheres.
Regia sorri. As duas se sentam em degraus que ali existiam.
— Sei o que aflige teu coração. Continua Atena. — Sei que amas Teon. Posso sentir. Podes retirar sua máscara.
— Mas ... Surpresa pondera Regia.
Régia retira a máscara e seus olhos azuis marejados brilham como dois diamantes.
— Está escrito em teu olhar, Régia. Sorri Atena.
Atena carinhosamente pega as mãos de Regia que chorando sorri.
— Viva seu amor! Ordena Atena. — Sei que o amor de Teon é verdadeiro. Os olhos não mentem nunca. Diante Teon estás liberada da lei da máscara. O amor de Atena não pode se opor ao amor entre um homem e uma mulher.
— Mas ... não posso. Desiste de falar Régia.
— Continue, por favor Régia. Diz Atena.
— Já amou alguém Sofia? Indaga Regia
Atena respira fundo antes de responder.
— Sim, Responde Atena. Mas não posso ser correspondida. Me reservo ao meu dever como deusa Atena. Mas é bom ter uma amiga.
Regia carinhosamente pega nas mãos de Atena.
— Sempre. Afirma Regia.
Nesse momento surge Leo de Áries. Com uma pesada aura de desespero percebia-se sua preocupação. Ele surge tão repentinamente que Regia é vista sem máscara. Regia a coloca imediatamente.
— Desculpe-me, Regia! Comenta Leo. — Atena, a procurei por todo lugar. Temia por sua segurança, mesmo com tantos Cavaleiros e Amazonas por perto.
Atena, sem graça, sorri.
— Estava segura com Régia. Responde Atena. — Agradeço tua preocupação.
Atena olha para Regia e sorri. Seus olhos brilham tal como os de Regia há minutos atrás.
Atena se levanta com o auxílio da mão gentilmente estendida por Leo. Ela se desequilibra com o degrau da escada, sendo de pronto carinhosamente amparada por Leo num cálido abraço.
O coração da deusa acelera e naquele momento Sofia abraça Leo, com a plena confiança de estar segura nos braços de seu amor.
Leo percebe a situação e a posiciona de pé em total equilíbrio.
— Desculpe a ousadia, Atena. Desculpa-se Leo.
— Não se preocupe, Leo. Responde Atena. — Sei que poderei sempre contar contigo. Entrego-me sem duvidar, a sua fidelidade.
Atena percebe a gafe, deixando Leo ainda mais sem graça. Régia levanta-se e antes de deixar Atena sob a proteção de Leo comenta.
— Desculpe-me Leo, pela máscara. Desculpe Atena.
— Não se preocupe, Régia. Responde Leo. — Teus olhos azuis, serão um segredo nosso. Brinca Leo. — Pena eles serem um mistério a Teon. Só espero que não me mate. Pois sei que amar seria impossível. Seus olhos e coração já tem dono.
Régia e Atena se olham e trocam sorrisos. Leo vê a troca de olhares e nada entende. Leo continua.
— Mas não se preocupe, Regia. Seus belos olhos azuis tem os dele como colírio. Não preciso ver teus olhos, pois teu cosmo transparece.
Atena olha para Leo.
— Não te preocupes , Leo. Confio a ti este segredo.
A deusa e a Amazona trocam olhares e sorriem.
— Confio a ti meu rosto, Leo. Confirma Regia. — Sei que cuidarás dele como cuidas de Atena.
Leo, visivelmente sem graça, abaixa a cabeça, mas responde a Régia.
— Tenha certeza disso, Régia de Peixes.
— Isso me tranquiliza. Conclui Regia. — Até mais, Leo de Áries. Régia aliviada ri.
Régia segue seu caminho, e Leo acompanha Atena até seus aposentos.
— Obrigada, Leo. Diz Atena. — Por seu cuidado comigo.
— Sou seu Cavaleiro e esse é meu dever. Responde Leo.
— Ainda assim Leo, eu agradeço seu carinho.
— Disponha, Atena. Ainda sem graça comenta Leo.
Sofia, a doce Atena, sorri e sente um calor diferente nas palavras que acabara de ouvir.
Leo caminhando a seus aposentos começa a pensar em tudo que acabara de acontecer, os sentimentos que povoaram sua mente e coração.
— Como pode? Ela é a deusa Atena. Por que esse sentimento? Essa sensação ... Essa vontade de tomá-la nos braços. Como posso? Esse desejo. Nem mesmo por Lyra senti algo tão forte. Será esse instinto de proteção um engano? Não pode ser.
Atena, feliz pelo turbilhão de emoções que vivenciara nas últimas horas, pensa sobre o amor em tua vida.
— O amor de um homem ... Em detrimento ao amor de todos os humanos. Teve que ser assim, mas poderia eu conviver com as duas formas? Não sei o que fazer. Como queria agora uma amiga.
Sem perceber a melancolia de Atena é transmitida as Amazonas e outras mulheres do Templo. Regia, Ariadne, Lyra e Sana percebem sua angústia, e mesmo a distância Lyra se comunica com a deusa.
— Posso ajudá-la, Atena?
Atena se dá conta que o sentimento de amor ao próximo de suas guerreiras para com ela chegam carinhosamente.
— Lyra ... Responde Atena. Preciso de um ombro amigo. Poderia vir até aqui?
Em fração de segundos surge Lyra direto de seus aposentos para ao lado de Atena. Lyra olha nos olhos de Atena e atende a seu mais íntimo desejo. Ela se comunica e teletransporta Regia, Ariadne e Sana para estarem ao lado da deusa.
O quarto de Atena torna-se o local do encontro de Sofia e suas amigas. Depois de muita conversa Sofia decide mesmo sendo Atena render-se ao amor de um homem.
Algumas horas depois as amigas de Atena retornam a suas camas, sem que sequer alguém se dê conta de suas ausências, nem mesmo o zeloso Aaron.
Feliz, Atena proclama sua liberdade à postura adotada há alguns anos atrás, quando ainda garota assumia a posição de Deusa da Sabedoria e Guerra Justa num turbilhão de difíceis decisões. Nessa ocasião Sofia abrira mão de seu amor por Leo para ser uma deusa. Sua ausência nos anos seguintes a transformou simplesmente na deusa Atena, junto ao então Leo de Áries, Cavaleiro que a ela devotou obediência e fidelidade.
Segundos antes de cair no sono pensa Atena.
— A ressonância das Almas ... A ressonância do amor ... Sob as bênçãos do cosmos ...
REGIA E ARIADNE RECEBEM A AMIZADE DE ATENA, E TEM A CHANCE DE RETRIBUIR SEU CARINHO. O ENCONTRO DE SOFIA E SUAS AMIGAS TRAZEM A ATENA A LUZ DE UMA IMPORTANTE DECISÃO. É O AMOR QUE BATE A PORTA.
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