terça-feira, 14 de abril de 2020

Capítulo 029 - Presente inesperado


Outro grande confronto estava por começar, pois Niara de Grus, amazona há alguns anos estava prestes a confrontar sua contraparte negra.

Anryu de Cancer estava junto a amazona pois o misterioso Abdon de Cancer Negro também chegara.

Nas ruínas do templo, Carlos de Grus Negro pressionava Dione por sua derrota, com a agravante perda da armadura para Atena.

— Você falhou, Dione! Esbraveja Carlos. — É a vergonha da tropa! Perder para um tocador de harpa qualquer, com o fabuloso poder que nos foi concedido pelo Mestre Arno. É um absurdo.

Carlos olha para Abdon, sorri sarcasticamente e completa.

— Acabarei com ela agora! Declara Carlos quando Abdon o interrompe.

— Eu cuido disso. Pare!  Eu a levarei a um lugar especial e farei tudo de um jeito todo especial.

Abdon começa a concentrar seu cosmo na ponta do dedo, e após alguns segundos atira contra Dione pontos de luz negra.

Antes que cheguem a amazona são desviados para inúmeras direções. Abdon ri.

— Até que enfim apareceram cavaleiros de Atena. Comenta o Cancer Negro. — Pensei que iriam ficar o tempo todo assistindo lá de fora. Tive que fazer esse convite.

— Convite aceito! Diz Anryu caminhando em direção a amazona do exército negro.

Ele toca o peito de Dione, atingindo-a com uma grande carga de energia luminosa. Ela se assusta.

A luz se dissipa, e Dione tosse expelindo um pequena pedra azulada. O mal que habitava seu corpo e influenciava seu cosmo, fora purificado e eliminado pelo sétimo sentido de Anryu.

— Muito bem, cavaleiro de Atena. Parabeniza Abdon. — Parece que o Santuário de Atena descobriu um meio de nos atrapalhar. Que pena pra vocês que eu não faço parte desse erro.

Anryu ri.

— Isso é ótimo. Retruca. Seria menos interessante lutar contra uma marionete.

Enquanto os cavaleiros de Cancer se confrontam, Carlos de Grus observa Niara a cabeça aos pés.

A amazona com seus cabelos longos e ruivos, 1,75 cm de altura e curvas bem definidas, era alvo de admiração do cavaleiro negro, que ao mesmo tempo mantinha vigilância a ex-amazona negra de Lira. Sua condição de curada de corpo e alma por Atena não agradava os cavaleiros negros presentes.

Dione se mantinha a margem dos conflitos, aguardando tudo acabar para conseguir raciocinar sobre seu futuro.

A amazona de Grus acompanhava cada olhar silencioso de Carlos, com a atenção também a Dione, quando ela quebra o silêncio.

— O que tanto olha, cavaleiro negro? Manifesta-se Niara. — Admirando sua adversária? Nem pude mostrar quem realmente sou.

Carlos sorri.

— Admirando sua beleza. Responde. — É uma pena machucar tamanha formosura, mas não se preocupe pois eu terei cuidado.

A amazona de Atena ri.

— Não precisa se preocupar comigo. Retruca Niara. — Minhas marcas são provas de meu valor no exército de Atena, e além disso você conseguirá fazer grande mal.

— Será. Rindo, Carlos desafia a amazona.

No outro lado a tensão entre os cavaleiros de cancer era grande.

Abdon começa a distorcer o espaço, e leva Anryu para a plataforma do Yomotsu Hirasaka, lugar conhecido por ambos.

— Creio que conheça esse lugar, mas nunca esteve contra um adversário como eu.

Anryu ri.

— Isso ainda veremos. Nossa luta sequer começou.

Anryu concentra energia em seus dedos, e em forma de ondas circulares  a luz atinge Abdon. A grande luz parecia arrastar que estava a sua frente, mas tudo permanecia igual.

A luz se dissipa e Abdon continua de pé. Ele sorri.

— Boa técnica para o começo, meu caro. Congratula o cavaleiro negro. — Mas não atingiu seu objetivo. Não perdi minha essência como previa sua técnica. Minha armadura especial me previniu desse fim.

Abdon reúne as energias do ambiente, cheias da angústia de morte, e como num turbilhão lança contra Anryu.

O tornado envolve o cavaleiro de Atena, que usa seu cosmo para proteção, impedindo que o mesmo faça movimentos bruscos.

Anryu pousa no solo, extenuado pelo esforço. Suas forças estavam reduzidas, mas a luta ainda não estava terminada.

Denis sentiu o grande esforço de seu protegido e amigo, e retorna a energia acumulada, potencializado por seu próprio cosmo.

Anryu sente recuperar suas energias, concentra seus cosmo revigorado, e salta com o alvo certo: o peito de Abdon.

O cavaleiro lembra da orientação de Teon de Serpentário sobre a pedra negra que absorve a energia do adversário.

Ele se projeta e confronta Abdon com um soco, o cavaleiro negro defende.

— O que acha que está fazendo? Curioso estava Abdon. — Seu golpe não surtiu efeito, que tolo.

Anryu ri, caindo de joelhos diante Abdon, que o bloqueou.

— Tolo é você.

O guerreiro de Atena explode seu outro punho no peito do cavaleiro negro, pulverizando a pedra de seu peito juntamente com parte de sua armadura.

Com o feito ele recupera forças e salta para trás. Diante de Abdon  abalado, ainda agachado ele apoia sua mão direita no chão, e projeta sua perna esquerda contra o estômago de Abdon, que é arremessado longe.

O cavaleiro negro levanta e começa a rir. Ele queima seu cosmo negro, e faz rachar o chão numa intensidade não antes vista.

Ele enche o ar com uma forte vibração que ecoa como ondas de som. A melodia extrai das almas que caminha para o alto da colina dos mortos sua energia motriz.

A vibração torna-se uma forte melodia com o lamento de todas as almas que ali estavam.

O som angustiante das almas entorpece o cérebro de Anryu.

— Não adianta tampar os ouvidos, cavaleiro. Zomba Abdon. — O som da almas chega até seu cérebro. É semelhante a melodia da flauta de certo general marina de Poseidon.

No templo de Erecton, Niara e Carlos acompanham a troca de energias de seus colegas cavaleiros, enquanto estudavam uma ao outro, e vigiavam os movimentos de Dione.

Sentindo aquela energia mórbida em forma de canção, Dione começa a entoar um cantigo. O som acalma a tensão criada entre o cavaleiro e amazona de Grus, adentra o caminho do Seikishiki, e enche os ouvidos de Anryu, libertando-o da canção negra orquestrada por Abdon.

As almas do Yomotsu recuperam seu vigor final a caminho do submundo, e o cristal do guardião de Grus brilha na caixa de guardiões ainda não recrutados.

Teon, Atena, Sig, Sarah e Luge sentiram sua energia emanada, e os cristais dos três guardiões ressoam com o cristal de Grus.

Niara sentia-se muito bem, e Carlos sentiu sua energia negra, de qual se orgulhava, reduzir.

O cristal negro do peitoral da armadura negra de Grus começa a mudar  para a cor azulada.

O cavaleiro negro sente algo se aquecer dentro de si, e tosse expelindo uma pequena pedra azulada. A pedra em seu peito estava da mesma cor.

Carlos, o cavaleiro negro de Grus, agora estava muito confuso.

Niara via e sentia, mas nada entendia. Teon e Sig sabiam muito bem, e tinham planos para Dione.

No Yomotsu Anryu se recupera e Abdon perde o controle de sua técnica que é dissipada.

Anryu concentra seu cosmo, e com os braços abertos começa a produzir esferas de luz azul.

— Você não é o único que sabe usar os recursos desse lugar. Confiante afirma Anryu.

As esferas queimavam o que tocavam, e se aproximam perigosamente de Abdon.

— Essas são as chamas do inferno. Informa Anryu. — O calor que desmobiliza os atomos, e incinera a essência da existência. Desse calor até mesmo sua armadura negra sucumbirá.

O cavaleiro de Atena intensifica seu cosmo formando um grande número de esferas azuis, e as direciona para Abdon.

Abdon fica preocupado, mas intensifica seu cosmo para provar que seu oponente estava errado.

As esferas azuis começam a consumir a armadura negra de Abdon. O cavaleiro negro começa a entrar em pânico, mas acende seu cosmo ao máximo.

Abdon emana uma luz intensa diferente de seu cosmo negro apresentado até então. As partes da armadura negra que o cobria o abandona, e sua aura negra se transforma.

Anryu percebe a mudança de energia, e contém a ação final de seu ataque.

Abdon estava sem armadura, confuso, e com uma grande pedra ônix azulada nas mãos.

O cosmo de Abdon se purificara no último instante, neutralizando a ação da ônix negra que o conduzira ao caminho das trevas.

De algum lugar do submundo, alguém sabia que mais uma de suas jóias de ébano perdera seu brilho.

Anryu transporta a todos de volta a templo onde tudo começara, e não mais havia vestígio de energia negra.

Reunidos Anryu, Niara, Dione, Carlos e Abdon surge Teon e Sig, que convidam os antigos portadores de armaduras negras a recomeçar no Santuário de Atena.

Abdon declina da oferta, mas Dione e o ainda confuso Carlos aceitam. A amazona se lembra dos dias em que estivera nesse lugar mas fora rejeitada por Donni de Sagitário.

— Venha comigo Dione. Convida Teon. — Suas habilidades são um presente para o exército de Atena. Seu dom esteve oculto pelos sentimentos de vingança que sombreavam seu coração.

Dione respira fundo ao lembrar de seu passado.

— Venha recomeçar no exército de Atena. Continua Teon. — Há um lugar especial para você. Donni não a rejeitou, ele te deu a chance de escolher o lado certo, mas sua condição não permitia.

Dione estava confusa, mas a opção dada por Teon parecia boa como um recomeço.

Abdon acena a todos e parte. Anryu tenta convencê-lo a ficar, mas é contido por Sig que toca seu ombro.

— Deixe a escolha dele. Orienta. — Só ele pode decidir.

Todos seguem ao Santuário. Carlos segue com Niara ao campo de treinamento dos cavaleiros, e Dione segue Teon.

— A verei novamente, amazona de Grus? Indaga Carlos.

— Talvez. Responde Niara. — Tenho uma missão a cumprir agora. Na volta podemos retomar essa conversa.

— Aguardarei. Finaliza Carlos com um sorriso esperançoso.

Enquanto isso, um pouco longe do Santuário, Abdon caminhava muito confuso. Ele sabia do poder da ônix negra, mas não imaginava que sua essência mudaria com a purificação da pedra por Atena.

O ex-cavaleiro negro estava errante, mas seria por pouco tempo.


OS CONFRONTOS ENTRE OS CAVALEIROS, COM IMPORTANTE VITÓRIA PARA ATENA, DÁ A DEUSA UM PRESENTE INESPERADA ANTES OCULTADO PELO DESTINO.

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