quarta-feira, 26 de outubro de 2016

Prelúdio - Ato 003 – Preparativos para a guerra que virá


No ano do décimo aniversário de Sofia, por definição de Atena, Saulo seguiu para Atenas para preparar o Santuário da deusa.

Ele se despede da sua menina e dá um sorriso a Rose, pessoa que o acompanhava todos aqueles anos no cuidado da reencarnação de Atena daquela época.

Um discreto barco a aguardava no porto de Lemúria. Dentro do barco ele encontraria um rosto conhecido. Era Lily, assistente do Gran-Mestre. Ela era uma jovem estrangeira como ele, mas os traços faciais diferiam de um grego como Saulo. Ela ali surgiria meses depois de Sofia ir para o templo do Gran-Conselho de Lemúria.

Lily tinha a idade de Ankaa e Lubian e sempre se interessou pela estória dos gêmeos estrangeiros como ela em Lemúria. Ela nunca deixou de estar por perto, ajudando-o com Sofia. Sua companhia agradava a Saulo, mas a Rose nem tanto.

Saulo não entende a presença de Lily, mas pelo menos teria companhia, ainda que preferisse a Rose.

A viagem transcorreu tranquila, afinal era um casal. Chegado ao porto em Atenas uma comitiva os aguardava. Celes e Teneo receberam correspondência de Oscar e Iron de Turigia com orientações de ali estar.

— Sejam bem-vindos, Saulo e Lily. Saúda Celes. — Alguém conhecido teu nos informou de sua chegada. Celes direciona sua fala a Saulo. — Por acaso compartilha contigo as estrelas de gêmeos.

— Oscar! Saulo se empolga. — Como ele está? Há tanto tempo não sei dele.

— Não sabemos muito bem. Responde Teneo. — Ele recruta guerreiros por Atena há bastante tempo. Ele pediu para organizarmos esse espaço até sua chegada.

— A aparência não deixa dúvidas. Ahahaha. Diverte-se Celes.

— Sem falar que o Gran-Mestre nos informou do retorno de nossa querida Lily de Águia.

Saulo se assusta.

— Você? ... Saulo se admira. — Nunca percebi a águia.

Lily sorri.

— Meu mestre me enviou secretamente para a guarda de Atena. Responde Lily. — Não poderia me revelar. Nem mesmo para você como pai da menina. Creio que Rose já sabia.

Celes e Teneo se entreolham.

— Mas ... Inicia Teneo. — Vamos andando. Há muito o que preparar para a chegada de Atena. São muitos guerreiros sob seu comando como Grande Mestre.

Saulo arregala os olhos.

— Grande Mestre?! Admira-se o gêmeo sentindo o peso da responsabilidade.

Saulo levanta a cabeça e começa sua liderança.

— Vamos Celes de Virgem, Teneo de Touro e Lily de Águia. Ordena o Grande Mestre Saulo. Em breve teremos a Phoenix e o Pavão.

Celes sorri.

— E não se esqueça da nova geração do Gêmeos, com todo o respeito. Afirma Celes. — Em breve eles honraram da família consagrada a Atena.

Todos caminham em direção a um belo templo com a estátua de Atena com Niké nas mãos.

No caminho gerreiros em treinamento, e em execução de tarefas diversas percebiam o cosmo de Saulo, e o reconheciam como líder representante de Atena, conforme fora dito por Teneo e Celes. Enquanto Saulo passava todos cochichavam.

Na escadaria do templo, aos pés da monumental escultura de pedra da deusa, manifesta-se Saulo reunindo a todos.

— Reunan-se Guerreiros de Atena!

Todos pararam suas atividades e se aglomeraram para ouvir o desconhecido tão comentado no templo nas últimas semanas.

— Nossa deusa Atena em breve virá a seu templo. Inicia Saulo. — Em um ano prepararemos esse espaço para ser digno de Atena. Aqui será o forte da batalha que virá.

Todos olhavam atentos as palavras do Grande Mestre Saulo, que chama Celes, Teneo e Lily com um movimento de cabeça.

— Suas atividades e treinamento serão intensificadas a partir de hoje. Prossegue o Grande Mestre. — Celes, Teneo e Lily serão os responsáveis por tudo. Obedeçam suas ordens. Obediência é a primeira regra no campo de batalha, e acreditem estamos a poucos passos de ser soldados em meio de uma grande guerra.

Saulo levanta o braço e grita no silêncio de prédios inacabados e pedras: — Por Atena!

Empolgados e ao mesmo tempo com medo por tudo o que ouviram todos repetem as palavras e o gesto de Saulo. Com a visão dos braços levantados como marca do comprometimento de todos, Saulo sente novamente o peso de sua responsabilidade. Ele sai e deixa a todos com seus comandantes ordenados.

As semanas se passam e Saulo percebe que as constelações da elíptica solar, banhadas pela luz do sol, tinham seus protegidos com maior força, conhecimento e habilidade de manipulação do cosmo. Por isso resolveu atrtibuir a estes atenção especial. Celes e Teneo estavam entre esses guerreiros mais capacitados.

Saulo procurou no céu o brilhar das estrelas, e percebeu que todas brilhavam de forma especial. O mesmo era visto por boa parte das constelações ao norte e ao sul da elíptica. Era grande o potencial dos guerreiros espalhados ao redor da Terra.

O quartel general de Atena era construído pouco a pouco, e certo dia em sua ronda Saulo vê um guerreiro em treinamento ajoelhado aos pés da estátua de Atena fazendo suas preces. Ele aguarda calmamente ao fim daquele momento de fé, e interpela o soldado.

— Soldado! Chama a atenção Saulo.

O jovem estava nervoso diante do líder de todo aquele ambiente. Ele respira fundo e responde com a cabeça. Os olhos dele brilhavam.

— Suas preces serão atendidas, se a Atena foste sincero. Afirma Saulo. — Atena é misericordiosa e sempre atende aqueles que a honram.

O rapaz com a mão na nuca mexe no cabelo.

— Espero. Responde o soldado.

— Que bom que se sente a vontade nesse lugar inacabado cheio de esforço e duro treinamento. Responde Saulo sorrindo. O Grande Mestre estava feliz com os frutos da grande vontade divina de Atena naquele lugar.

O jovem sorri e complementa

— Todos os dias após o trabalho e treinamento sinto que minhas forças são renovadas, como se na porta do alojamento houve uma fonte de nova energia pronta a ser gasta. É assim todo dia. Dou o melhor de mim, pois sei que dia após dia terei a energia que preciso e não preciso guardar.

Saulo sorri.

— Essa energia meu jovem é a cálida cosmoenergia de Atena, que honra seus guerreiros  que trabalham para sua glória. Explica Saulo. — Gaste tudo o que tem, e terás sua cota reposta. Esse é o amor de nossa deusa guardiã.

O soldado sorri , e sinaliza que compreendera com a cabeça.

— Venho agradecer. Continua o jovem. — Queria fazer desse local um santuário para Atena, que com esse amor nos acolhe.

Saulo vê o Santuário de Atena como um lugar agradável a todos os guerreiros, e percebe que essa é sua verdadeira função como Grande Mestre ao lado da deusa.

— Você acaba de fazer, meu jovem! Afirma Saulo. — Esse é o Santuário de Atena, pois seu cosmo preencherá todo o local, e não sobrará afago a quem lhe for fiel.

O jovem fica feliz pois sente que suas palavras contribuíram para algo.

— Qual é o teu nome rapaz? Saulo estava curioso.

— Silas. Responde o jovem. — Venho há muito tempo procurando por um ambiente assim. Estou empolgado.

Saulo sente que aquele soldado seria muito útil ao exercito de Atena, e percebe o pulsar de uma estrela.

— Vá para o descanso, Silas. Ordena Saulo. — Amanhã será um longo dia, especialmente para você.

O jovem Silas se vai, e Saulo se recolhe. Em sua cama ele busca a estrela que brilhou outrora, e encontra a constelação de Hércules. A sua busca por conhecimento fora curta, mas bastante esclarecedora.

O dia amanhece e recomeçam os treinamentos. No início da manhã aparece Saulo ao campo dos soldados, e todos se empolgam pela presença do Grande Mestre. Ao vê-lo Silas se lembra de suas palavras e sorri.

— Hoje mais do que nunca darei o melhor de mim ... Pensa Saulo.

Ao lado de Teneo e Celes, Saulo vê que próximo a Silas havia uma ruina de pedra. Ele consulta Celes sobre o jovem.

— Celes, como está o desenvolvimento de Silas?

— Ele tem potencial, e já tocou o cosmo, mas ainda falta realizar o milagre de queimá-lo ao máximo. Responde Celes. — Ele só precisa de um estímulo a mais.

Saulo com seu poder telepático move a pedra do topo da ruína e ela balança. Celes e Teneo percebem o perigo, mas são contidos por Saulo.

A pedra inicia sua queda. Silas percebe o movimento da ruina, e vendo que ela ameaçaria a muitos queima seu cosmo, se aproxima do ponto de queda, e com a força de seu punho estoura a pedra em pedaços.

Todos se impressionam com a força do punho de Silas. Silas não acreditava no que acabara de fazer, e ainda estava parado em meio ao olhar de todos. Saulo desce até o pátio da arena e toca o punho de Silas.

 — Depertaste o cosmo. Afirma Saulo. — Continue a treinar e estará na linha de frente do exército de Atena. O guerreiro de Hércules acaba de nascer nessa Terra. Treine o punho de Hércules.

Saulo sai, e antes que desapareça da arena fala a todos.

— Treinem com fervor, e façam de suas tarefas parte do treinamento. A disciplina do trabalho é elemento chave do equilíbrio do cosmo.

Todos ficaram empolgados. Silas foi tomado como exemplo, e a esperança retorna aos corações daqueles que estavam desistindo.

Saulo percebe que sua presença dava a todos mais confiança, e em meio aos preparativos da chegada de Atena Saulo se fazia presente no Coliseu, espaço que ia sendo construído como local de treinamento e onde os novos despertares de cosmos aconteciam.

SAULO ORGANIZAVA O SANTUÁRIO DE ATENA, JUNTO A CELES DE VIRGEM E TENEO DE TOURO. O DIA DA CHEGADA DE SOFIA, A REENCARNAÇÃO DE ATENA, SE APROXIMAVA PARA A GRANDE ESPECTATIVA DE TODOS.

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